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Novo reitor da UFRJ, Roberto Leher, veste literalmente o boné do MST no dia de sua posse: a imagem da desgraça de nosso ensino público Novo reitor da UFRJ, Roberto Leher, veste literalmente o boné do MST no dia de sua posse: a imagem da desgraça de nosso ensino público

A coluna de Carlos Alberto Sardenberg de hoje no GLOBO merece ser lida, relida e compartilhada. O jornalista mostra o absurdo da situação com nossas universidades federais, palcos de infindáveis greves que punem os alunos e o futuro do país. O mais impressionante é o descaso geral, a banalização da situação, como se fosse normal ficar quase 3 meses sem aulas na “Pátria Educadora”. Em qualquer país sério isso seria um escândalo total.

Com as raras e honrosas exceções, não podemos inocentar os próprios professores, que adoram se fazer de vítimas, mas são, em muitos casos, parte do problema. Os sindicatos dos professores talvez sejam as entidades mais politizadas do país, e com isso não pretendo fazer elogio algum. São antros tomados por esquerdistas radicais, uma extensão do PSOL e do PSTU, que usam o discurso em prol da “educação” para buscar privilégios e praticar doutrinação ideológica.

Falta, em nossas universidades, meritocratia, termo demonizado pelos “professores” medíocres que se escondem atrás da ideologia para mascarar sua mediocridade. Falta accountability, responsabilidade, cobrança. Nas áreas de humanas, sobram proselitismo ideológico e agitação das massas rebeldes, mas faltam ensino verdadeiro e pensamento crítico independente. Está tudo tomado, basta ver que o reitor da UFRJ é um defensor do MST!

Enquanto o show de horrores continua, nossos jovens pagam o pato, ficam sem aulas, ou quando as têm não aprendem quase nada de útil. Sabem repetir slogans marxistas, aprendem a ser subversivos como Foucault, mas só não aprendem a pensar por conta própria. E os professores não ligam, fazem greves, e ainda continuam recebendo seus salários em dia! É um espanto! Ou melhor: deveria ser um espanto, como lembra Sardenberg:

Nosso jovem estudante, numa dessas rodas de conversa com os grevistas, comentou que não estava nem um pouco surpreendido. No Brasil, disse, docentes universitários faziam greve mais de mês. O professor britânico espantou-se. E comentou algo assim: a situação deve ser muito grave para que esses servidores aceitem ficar um mês sem receber salário.

Pois é. Não passava pela cabeça dele que servidores públicos pudessem ficar tanto tempo parados e continuar recebendo seus salários em dia.

A atual greve dos docentes das federais já passou dos 80 dias — e não há nem sinal de que vá terminar. O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, reclama que os sindicatos de docentes iniciaram a paralisação antes de qualquer conversa. Os sindicatos reclamam que o ministro sequer recebe os grevistas.

O ministro tem razão, mas o ponto central não é esse, não é esta greve. Está em curso um cuidadoso trabalho de destruição das universidades federais. Os principais responsáveis são professores, funcionários e alunos que promovem longas greves todos os anos. O período letivo é prejudicado regularmente, pois os esquemas de reposição de aulas são mais do que precários, do tipo três meses em um.

Nas paralisações, os servidores continuam recebendo seus salários, muitos cursos de pós-graduação, especialmente na área de exatas, funcionam, alguns de graduação também, os de humanas param cem por cento, os alunos ficam na folga, exceto os militantes, e chega um momento em que ninguém mais liga. Esse é o panorama geral. Deveria ser grave.

Deveria, mas pelo visto não é. Há uma aceitação geral de que as coisas são assim mesmo, que pagamos a esses professores para que façam greves remuneradas, quando não estão enchendo a cabeça dos jovens com lixo marxista. Falar em mérito individual, em cobrança, em medir produtividade, em treinamento intensivo para preparar melhor esses professores, em aliar mais as universidades às demandas de mercado, isso é mexer num vespeiro, garantia certa de despertar a fúria dos sindicatos.

“Assim gastam quase R$ 10 bilhões/ano dos impostos tomados dos contribuintes. Uma desgraça”, conclui Sardenberg. E o pior é que tem muita gente que pede, como solução, mais do veneno, mais verbas públicas escassas como se jogar mais dinheiro nesse modelo de ensino fosse resolver alguma coisa, como se dar mais poder ainda para reitores e professores ligados ao MST fosse a saída para nossa decadência do ensino público. Socorro!

Rodrigo Constantino

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