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Recordar é viver: aumento da taxa de juros foi previsto por liberais, mas não por desenvolvimentistas
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Quando a presidente Dilma foi às redes de televisão e rádio anunciar a redução das taxas de juros, alegando que enfrentava banqueiros e tudo, muitos desenvolvimentistas, que hoje se fazem de sonsos, celebraram. Finalmente, um governante com “vontade política” para colocar os juros nacionais em patamares civilizados!

Já os liberais, que sabem mais das coisas, começaram os alertas: taxa de juros não pode ser decretada impunemente pelo governo, o barato sai caro, a inflação vai disparar, lá na frente a taxa de juros será ainda maior. Foram ignorados, claro. Ridicularizados.

Mas como é bom não se importar com a volta ao passado! Ao contrário dos famosos desenvolvimentistas que ainda são, pasmem!, convidados o tempo todo para entrevistas, para darem suas opiniões “embasadas” sobre economia, eu não tenho medo de usar a máquina do tempo para verificar o que dizia lá atrás, quando essa turma toda soltava fogos de artifício com a decisão de Dilma.

Aqui, por exemplo, em dezembro de 2013 ainda, já previa que haveria aumento de juros à frente. A máscara de Dilma já tinha caído, mas aquela leve alta dos juros era só o começo. Aqui, em agosto de 2013, quando a taxa oficial Selic ainda era de 9%, eu também avisei: o barato sai caro, e o BC com “viés neutro” estava enganado, viajando na maionese. Eu escrevi:

Para reconquistar tal credibilidade, seria necessário um choque de juros, acima do esperado pelo mercado, para debelar as expectativas de inflação futura e demonstrar autonomia. Pouco provável, como o viés – ou falta dele, comprova. O BC ainda parece sonhar que a inflação cederá, sabe-se lá o porquê. É como se o puro desejo fosse capaz de mudar a realidade. Não no mundo real.

Pois é. A inflação não cedeu nada. Ao contrário: acelerou. E isso foi previsto por vários economistas liberais. O que escreviam e diziam, na época, Belluzo, Delfim Netto, Mantega, Conceição Tavares, Fernando de Paula? Convido os leitores a verificarem, pois os jornalistas de economia não o fazem, por preguiça ou, mais provável, afinidade ideológica.

Os desenvolvimentistas e os “keynesianos de quermesse” estavam celebrando a redução dos juros, e criticando a reação tardia do BC, quando este começou o processo de alta, muito tímida ainda. E agora? Bem, vejam o resultado com os próprios olhos:

Fonte: GLOBO Fonte: GLOBO

Parabéns, Dilma! Parabéns, Mantega! Parabéns a todos os desenvolvimentistas que aplaudiram a redução na marra da taxa de juros no passado! Parabéns, Benjamin Steinbruch! Parabéns, jornalistas que insistem em sempre chamar as mesmas bestas quadradas para opinarem sobre os rumos da economia, como se o incrível histórico de erros simplesmente não existisse! O povo brasileiro agradece, agora que tem uma das maiores taxas de juro do planeta, e também uma das maiores taxas de inflação!

Rodrigo Constantino

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