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Recordar é viver: um líder carismático que virou o inimigo da nação
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Escrevi na minha página do Facebook:

Há poucos anos éramos poucos, alguns “malucos” isolados pregando num deserto. Mal enchíamos duas Kombis. É, portanto, com muito orgulho e esperança que comunico a marca de 80 mil amigos e seguidores aqui no Facebook! É uma multidão capaz de lotar o Maracanã. Unidos, venceremos. Divididos, perdemos. É hora de união. Dia 16 mostraremos a força da reação ao bolivarianismo, ao chavismo, ao lulopetismo, ao esquerdismo retrógrado. Pra cima delles, Brasil!

E como prova dessa luta árdua lá de trás, e para celebrar com nostalgia, segue um texto que escrevi em 2006 e que acabou sendo lido duas vezes no Senado:

Um líder carismático

“Quem espera que o diabo ande pelo mundo com chifres será sempre sua presa.” (Schopenhauer)

Era uma vez um sujeito humilde, que resolveu entrar para o Partido dos Trabalhadores, logo no começo de sua existência. Foi praticamente um dos fundadores do partido. Tamanha era sua influência sobre os demais membros, que logo se tornou o maior líder dentro do partido. Praticamente redigiu o programa que seria defendido pelo partido. Este programa era uma mistura de socialismo com nacionalismo. 

O programa defendia a “obrigação do governo de prover aos cidadãos oportunidades adequadas de emprego e vida”. Alertava que “as atividades dos indivíduos não podem se chocar com os interesses da comunidade, devendo ficar limitadas e confinadas ao objetivo do bem geral”. Demandava o “fim do poder dos interesses financeiros”, assim como a “divisão dos lucros pelas grandes empresas”. Também demandava “uma grande expansão dos cuidados aos idosos”, e alegava que “o governo deve oferecer uma educação pública muito mais abrangente e subsidiar a educação das crianças com pais pobres”. Defendia que “o governo deve assumir a melhoria da saúde pública protegendo as mães e filhos e proibindo o trabalho infantil”. Pregava uma “reforma agrária para que os pobres tivessem terra para plantar”. Combatia o “espírito materialista” e afirmava ser possível uma recuperação do povo “somente através da colocação do bem comum à frente do bem individual”. O meio defendido para tanto era o centralismo do poder.

O líder era muito carismático, e sua retórica populista conquistava milhões de seguidores. Ele contava com um brilhante “marqueteiro”, que muito ajudava na roupagem do “messias restaurador”, enfeitiçando as massas. Foi projetada a imagem de um homem simples e modesto, de personalidade mágica e hipnotizadora, um incansável batalhador pelo bem-estar do seu povo. Seus devaneios megalomaníacos eram constantes. Sua propaganda política incluía constante apelo às emoções, repetindo idéias e conceitos de forma sistemática, usando frases estereotipadas e evitando ao máximo a objetividade. O Estado seria a locomotiva do crescimento econômico, da criação de empregos e do resgate do orgulho nacional. A liberdade individual era algo totalmente sem importância neste contexto.

Seu Partido dos Trabalhadores finalmente chegou ao poder, através da mesma democracia que era vista com desdém por seus membros. Uma “farsa” para tomar o poder. O real objetivo tinha sido conquistado. As táticas de lavagem cerebral tinham surtido efeito. Uma vez no governo, o líder foi concentrando mais e mais poder para o Estado, controlando a mídia, as empresas, tudo. Claro que o resultado foi catastrófico, como não poderia deixar de ser. O povo pagou uma elevada conta pelo sonho do “messias” que iria salvar a pátria.

Caro leitor, o líder carismático descrito acima não é quem você está pensando. Ele é, na verdade, Adolf Hitler, líder do Partido dos Trabalhadores Nacional-Socialista da Alemanha, mais conhecido apenas como “nazistas”. Schopenhauer estava certo no alerta da epígrafe. O diabo costuma se vestir de nobre altruísta. Os chifres aparecem somente depois que a vítima vendeu-lhe sua alma. Aí já é tarde demais…

Para quem não gosta muito de ler, há uma versão em vídeo, bastante tosca em termos de qualidade, mas que passa a mensagem também:

httpv://youtu.be/GrNE2PPxW9w

Pois é. Hoje cada vez mais gente sabe que o líder carismático não passava de um embusteiro, de um oportunista, de um safado que foi responsável por um retrocesso incrível em nosso país. A ficha está caindo para todos. Antes tarde do que nunca. Que fique a lição para não enveredarmos por novas aventuras com “messias” que falam em nome do povo, mas não passam de populistas inescrupulosos. Acorda, Brasil!

Rodrigo Constantino

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