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Fonte: GLOBO
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Em 2015, o estado do Rio teve a maior taxa de mortalidade registrada no Sistema Único de Saúde desde 1984, início da série histórica do Sistema de Informações Hospitalares do SUS. Num período de 31 anos, o estado liderou as indesejáveis estatísticas por 30.

Além de ter os índices de mortalidade mais altos do país catalogados pelo SUS, o Rio não sabe, ou não deixa saber, o que determinou esses óbitos: de 2008 a 2015 — período em que as taxas no estado tiveram a alta mais acentuada —, a categoria de diagnóstico com maior proporção entre mortes e internações foi a que não tem causa mortis definida. Durante toda a série histórica do estado, as agressões — que incluem homicídio de qualquer tipo — são as causas externas com maior proporção entre mortes e internações.

Praticamente todas as pessoas que procuram hospitais em situação de emergência vão para o SUS. É o destino de ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ou do Corpo de Bombeiros, no caso do Rio. Além disso, a rede pública faz procedimentos que não são cobertos pelos convênios.

Em seguida, começam várias tentativas de justificar os dados de forma a aliviar a gestão do estado. Mas eis o fato inescapável: nosso sistema “universal” de saúde é um caos! O socialismo, pasmem!, não funciona na saúde também. Enquanto isso, a esquerda fica apenas demandando mais recursos públicos para resolver o problema, e culpando a iniciativa privada, como faz uma professora e colunista do próprio jornal.

Já mostrei aqui, em resenha do livro do médico carioca Marcio Maranhão, como é desesperadora a situação de quem tenta fazer as coisas funcionarem dentro desse sistema. Já mostrei aqui como a esquerda cria falácias para vender seu socialismo fajuto mundo afora, elogiando o SUS para gringo otário acreditar nas “maravilhas” de nosso sistema. E já mostrei aqui como o preconceito da esquerda com a solução de mercado é bobo e perigoso, pois o custo é medido em vidas perdidas.

Mas vamos ignorar isso tudo. Vamos fingir que o problema não existe. Afinal, as Olimpiadas (sem assento mesmo, por motivos óbvios) vem aí, e precisamos oferecer um bom espetáculo de camaradagem e bom humor aos gringos. Mesmo que depois os brasileiros mais pobres continuem morrendo como moscas em nossos hospitais públicos. O show precisa continuar…

Rodrigo Constantino

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