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Se Trump ajudar Cuba a livrar-se do comunismo, merecerá o Nobel da Paz
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Por Ricardo Bordin, publicado pelo Instituto Liberal

O ex-presidente Barack Hussein venceu o Prêmio Nobel da Paz na edição 2009, quando mal havia pisado na Casa Branca, por conta, segundo o comitê norueguês, de seus apelos pelo desarmamento nuclear e “por seu trabalho pela paz mundial”. Conforme declarado na época pela turma de Oslo, “muito raramente uma pessoa com a influência de Obama capturou a atenção do mundo e deu às pessoas a esperança de um futuro melhor.”

Muito raramente também, por certo, um líder do mundo livre despeja tantos milhares de mísseis sobre o Oriente Médio, enquanto incentiva a desastrosa Primavera Árabe; fornece tantas armas e recursos logísticos para milícias armadas da Síria – que compõem, vejam só, o Estado Islâmico; retira as tropas americanas do Iraque no pior momento possível, contribuindo para desestabilizar a região; semeia tanto ódio racial e divisão entre as pessoas de seu próprio país; faz tanta força para desarmar os cidadãos honestos de sua nação; e o gran finale: decreta a revogação da política do “pé molhado, pé seco”, a qual garantia residência aos cubanos que conseguissem pisar em território americano (fugindo da ditadura caribenha) sem o visto.

Apressado come cru mesmo – e concede honrarias àquele que pôs a (relativa) estabilidade da civilização ocidental em grave risco com sua postura pusilânime frente aos inimigos da liberdade (especialmente terroristas muçulmanos) e sua cumplicidade para com globalistas que buscam minar as soberanias nacionais e governar (e enriquecer) à distância – além, claro, de ter flertado com o regime sanguinário implantado na ilha mais admirada (a partir do conforto capitalista) pela esquerda caviar, visando dar nova vida ao regime opressor dos Castro, que vinha cambaleante após o afastamento de Fidel de seu posto de “comandante”.

Convenhamos que não dá para considerar tal estapafúrdio uma surpresa, visto que o falecido terrorista Yasser Arafat – que declarou abertamente que a OLP planejava “eliminar o Estado de Israel e estabelecer um Estado puramente palestino” – foi agraciado com o Nobel da Paz em 1994. E como esquecer do presidente colombiano Juan Manuel Santos levando a premiação em 2016 após empurrar goela abaixo de seu povo um acordo de leniência com a organização guerrilheira terrorista de inspiração comunista – autoproclamada guerrilha revolucionária marxista-leninista – conhecida como FARC?

A imagem do Nobel da Paz poderia restar menos arranhada depois de tantos episódios insensatos, todavia, se seus encarregados prestassem atenção no anúncio feito por Donald Trump em Miami esta semana:

Donald Trump anunciou nesta sexta (16) que o acordo feito entre Barack Obama e a ditadura cubana está cancelado.

“Eu estou cancelando o acordo completamente unilateral da última administração [Obama] assinado com Cuba”, disse Trump em um comício realizado em Little Havana, na cidade de Miami, tradicional polo de exilados cubanos nos Estados Unidos.

Ele ainda lembrou que reforçará o embargo contra a ilha e que seu governo adotará novas restrições a viagens de americanos para Cuba e a proibição para empresas norte-americanas de fazer negócios com empresas cubanas controladas pelas Forças Armadas do país latino-americano.

Em posição diametralmente oposta à indiferença desumana de Obama, Trump denunciou o que chamou de “natureza brutal” do regime de Raúl Castro em Cuba. “Em breve alcançaremos uma Cuba livre”, afirmou o presidente.

Acompanhado pelo vice-presidente Mike Pence, por vários membros de seu gabinete, pelo governador da Flórida, Rick Scott, por congressistas de origem cubana como Marco Rubio, Mario Diaz Balart e Carlos Curbelo e representantes de da comunidade de exilados cubanos, Trump disse que os dissidentes José Daniel Ferrer e Berta Soler, que não foram autorizados a viajar para Miami, “estão aqui com a gente.”

“Negociaremos um acordo melhor [com Cuba]”, avisou Trump, salientando, todavia, que isso será possível somente no caso ocorram avanços democráticos “concretos”, e a realização de “eleições livres” e a “libertação de prisioneiros políticos”.

“Quando os cubanos realizarem medidas concretas, estaremos prontos, dispostos e capazes de voltar à mesa de negociação do acordo, que será muito melhor “, disse Trump.

“É importante que haja liberdade em Cuba e na Venezuela”, declarou. Por fim, o presidente agradeceu a comunidade de exilados cubanos por ser a “voz dos sem voz” e disse que eles fazem a diferença na luta para parar a perseguição do regime contra os dissidentes e para acabar com a “ideologia depravada” que existe em Cuba.

Difícil antecipar os desdobramentos de tal medida, mas uma coisa é certa: os Estados Unidos não mais compactuam nem tampouco fazem vista grossa para as atrocidades cometidas a poucas milhas de sua costa, e que motivam seres humanos sedentos por liberdade a arriscarem a vida em embarcações improvisadas durante fugas desesperadas para longe da “igualdade” socialista.

Que fique claro, porém, que deixar de prestar apoio ao governo tirânico de Cuba e ainda, de lambuja, deixar Nicolas Maduro com as orelhas em brasa, é atitude que não se via partindo da Casa Branca desde que Ronald Reagan findou seu segundo mandato. Se tal atitude servir de estopim para, quem sabe, destronar os líderes comunistas da Força Armada Revolucionária e forçar uma transição para um sistema econômico e político menos controlado pelo Estado, além de restaurar a democracia, Trump já deveria receber um Nobel da Paz no ato.

A probabilidade que isso ocorra é mínima, com certeza, levando em conta que a esquerda hegemônica na mídia e na academia não vão deixar barato nem mesmo uma eventual indicação de Donald Trump.

Mas que seria merecido, isso seria. Não traria de volta à vida todas aqueles que padeceram sob o jugo dos revolucionários filhinhos de papai Che e Fidel, nem tampouco devolveria a dignidade daqueles que foram sob suas ordens torturados, mas honraria sua memória e seu sacrifício, e ainda lograria referendar aquele que pode ser o primeiro passo do povo cubano rumo a uma “Revolução Gloriosa” (quando pela primeira vez, na Inglaterra, foram colocadas rédeas institucionais no poder do Estado) em plena América Central.

Não será esta a primeira vez, todavia, que um presidente americano irá engajar-se no embate a regimes comunistas mundo afora, e nem será a última oportunidade em que tal iniciativa será alvo de críticas vindas daqueles “preocupados com o avanço dos imperialistas”.

Destacam-se, entre eles, Ronald Reagan e seu programa apelidado de “Guerra nas Estrelas” (que consistia, basicamente, em um significativo aumento dos gastos com Defesa, o que induziu o regime soviético ao colapso derradeiro);  Harry Truman, que interveio na Guerra da Coreia – mesmo sob o risco de um possível conflito na região contra as potências China e URSS – e evitou que o os coreanos do sul amargassem uma dominação do vizinho do norte comunista, fomentando um crescimento econômico sem precedentes naquele país asiático; e Lyndon Johnson, que tentou, sem sucesso (devido a influência negativa da cobertura da imprensa americana e a decorrente pressão popular contrária à participação dos Estados Unidos no conflito), impedir o que viria a ocorrer após a retirada das tropas americanas do Vietnã: um massacre do vizinho do sul, com um número de mortes três vezes superior ao registrado durante o confronto entre vietnamitas e EUA.

Enfim, combater o comunismo, ainda que em terras longínquas, equivale a tratar um câncer ainda nos estágios iniciais, aos primeiros sintomas: mais vale prevenir do que remediar, pois com esta ideologia que ceifou tantos milhões de vida não se brinca nem quando ela ainda está em outro hemisfério – o que dirá quando ela, em pleno ano de 2017, ainda viceja no mesmo continente do país notório pela liberdade. Não faz sentido mesmo: que Trump mostre para Raul Castro que não esta de pilhéria. E se o comitê do Nobel da Paz não reconhecer a importância de seu ato, whatever: nós o faremos.

Em Tempo: é de se indagar como seria a vida em uma eventual Cuba capitalista – e como ela seria retratada para o mundo. Nos moldes atuais, ela nos serve de eterno alerta de quão terrível é a vida sem liberdade, e de que não vale a pena, pois, investir em utopias igualitaristas – muito embora alguns “historiadores” prefiram distorcer fatos e criar narrativas fraudulentas. Após a queda do comunismo, porém, como seria mostrada esta nova Cuba, pelas lentes calibradas ideologicamente à esquerda da imensa maioria de jornalistas, documentaristas, fotógrafos e escritores? Assunto para o próximo artigo.

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