• Carregando...
Segurança pública: experiência colombiana pode nos ajudar
| Foto:

O professor Ricardo Vélez Rodriguez, em artigo publicado hoje no Estadão, resgata lições importantes da experiência colombiana no combate ao crime organizado. Muitos críticos da intervenção federal e militar têm apontado para a necessidade de uma intervenção social também, alegando que o combate armado não basta. Estão certos, mas é preciso lembrar que, antes, o confronto será inevitável, como escreve o autor:

Os colombianos ficaram sozinhos na empreitada de enfrentar o crime organizado e a narcoguerrilha comunista e tiveram de pedir auxílio aos Estados Unidos, a fim de conjurarem a ameaça de aniquilamento das instituições. A Organização dos Estados Americanos (OEA), à qual o governo colombiano pediu apoio, decidiu que essa guerra não era dela.

No final, ao longo dos dois mandatos de Álvaro Uribe Vélez e das profundas reformas que, no terreno da segurança pública, fizeram os governos das áreas metropolitanas, como em Bogotá e Medellín, no decênio que vai de 2002 a 2012, a Colômbia deu a volta por cima, derrotou os cartéis do narcoterrorismo, ganhou a guerra contra as Farc e as obrigou a negociar a paz.

[…]

Em primeiro lugar, houve na Colômbia o enfrentamento dos grupos armados que delimitaram terrenos aonde a polícia não ia, em Bogotá e Medellín. Participaram dessa pacificação grupos de elite das Forças Armadas e da Polícia Nacional. No Rio temos a medida que foi ensejada pela recente decretação de intervenção federal: a participação das Forças Armadas. Essa ação tem como primeira finalidade vencer os núcleos de guerrilha urbana nas favelas, que foram potencializados pela colaboração criminosa de efetivos da Polícia Militar, bem como de alguns ex-militares das Forças Armadas.

Quem quer passar a ideia de que será possível derrotar o crime organizado sem tal confronto, só com “ações sociais”, está iludindo o público. Ricardo Vélez vai direto ao ponto: “Não adiantam as lamúrias dos esquerdistas de plantão de que estão sendo desconhecidos os direitos das populações carentes. Nem adianta o discurso enviesado de funcionários da ONU que reclamam da presença dos militares. A intervenção federal no Rio de Janeiro, sob o comando do Exército Brasileiro, é uma ação necessária para garantir os direitos dos cidadãos e não serão funcionários subalternos que vão impedir o desarmamento dos narcoterroristas”.

Somente após essa ação dura e de inteligência, em que haverá mortes e acusações de “abusos” por parte das ONGs dos “direitos humanos”, será possível introduzir a segunda fase, aquela que a esquerda considera a única aceitável: os investimentos socais. O autor explica a importância desse projeto: “Num prazo peremptório, após a eliminação dos focos de narcoterroristas armados, em 120 dias a prefeitura entregou à comunidade uma série de obras sociais, com a finalidade de dar aos habitantes das áreas resgatadas a sensação de que eram cidadãos e de que o Estado, por intermédio da autoridade municipal, estava presente ali para garantir a boa qualidade de vida e a segurança”.

Os investimentos sociais e culturais são importantes, especialmente para resgatar o conceito de cidadania, hoje perdido em meio ao controle de um “estado paralelo”. Mas se engana – ou engana os outros – quem pensa que basta tais investimentos, sem a determinação policial no combate aos traficantes. As Farc só viraram “partido”, e percebem o fracasso eleitoral agora, porque não tinham mais opção, porque foram praticamente derrotadas pelo estado, pela ação dura dos militares.

Não se derrota bandidos perigosos – e ideológicos – com flores ou lápis. Muitos ali tiveram inclusive contato com o estudo, e por isso abraçaram a ideologia comunista guerrilheira. O que vale para a Colômbia vale para o Brasil: não é por coincidência que em São Paulo temos o PCC e no Rio o CV, ambos ligados aos ideais comunistas como inspiração.

Essas facções criminosas chegaram aonde chegaram justamente por negligência das autoridades, por essa mentalidade esquerdista que trata bandido como “vítima da sociedade”, por conceitos absurdos de “intelectuais” que justificam a “lógica” do crime como um ato de “justiça social”, da pressão da turma dos “direitos humanos” que impede uma ação policial mais firme.

Para que seja possível a fase social, primeiro é necessário partir para a fase policial/militar, com a coragem demonstrada por nossos vizinhos colombianos, sem sucumbir diante da patrulha esquerdista. Precisamos, enfim, de um Alvaro Uribe!

Rodrigo Constantino

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]