O senador republicano Rand Paul, que disputou as primárias do partido com Donald Trump em 2016, saiu em defesa do presidente sobre suas declarações polêmicas envolvendo o Haiti e El Salvador. Rand Paul disse que a fala não foi “construtiva”, mas que não devemos pular para conclusões apressadas sobre racismo.
Ele revelou uma história de quando ambos não eram pré-candidatos, e Trump era apenas um cidadão comum, que foi procurado para ajudar numa campanha humanitária justamente no Haiti. Trump foi um dos maiores financiadores do projeto, que ajudou milhares de haitianos. Um racista faria isso? Eis a entrevista:
Chamar qualquer país de “shithole”, como supostamente fez Trump, é algo condenável para um presidente, por conta do decoro, da liturgia do cargo, da diplomacia. Já escrevi um texto sobre o assunto. Mas daí a concluir que se trata de racismo vai uma longa distância, uma que os detratores ideológicos do presidente estão dispostos a percorrer abandonando a lógica e a honestidade no caminho extenso.
Os países que Trump mencionou são países fracassados, “buracos”, terra sem lei. Se alguém interpretar que isso se deve à predominância de negros nesses países, onde está o racismo? Em quem simplesmente constatou um fato objetivo, ou em quem atribuiu causalidade ao fator racial, que o presidente jamais citou?
A África deixou de ser um continente miserável e muito desigual agora, só porque admitir isso pode parecer racismo? Quando foi que o Haiti superou o padrão de vida da Noruega? Se alguém detonar o Brasil por sua esculhambação, por seu jeitinho “malandro”, pela impunidade, pela corrupção e baderna, pela criminalidade sem controle, isso será racismo? Brasileiro é raça?
A deselegância de Trump deve ser condenada, mas seus inimigos torcedores estão exagerando na dose ao apontar um racismo que não está nada visível. Países são fracassados por questões culturais e institucionais que não têm nada a ver com “raça”. Mas Haiti e El Salvador são mesmo países “ferrados”. Eu posso dizer isso, o presidente americano não deveria. Mas a verdade revelada não é racista; é apenas verdade. O racismo está em quem interpreta o fracasso desses países como culpa da “raça”…
Rodrigo Constantino
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