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O Teatro Leblon suspenderá as atividades a partir do dia 3 de julho, um dia após chegar ao fim a temporada da peça “E se eu não te amar amanhã?”, estrelada por Luana Piovani, sem qualquer previsão de data para voltar a funcionar. Sem a renovação do contrato com a produção do espetáculo, a casa deixará de funcionar. O proprietário do teatro, Wilson Rodriguez, que acumula dívidas por causa da baixa rentabilidade do negócio, deverá conversar com os funcionários ainda esta semana sobre a decisão. Só com o condomínio das duas salas, o gasto mensal é de R$ 30 mil.

De acordo com Wilson Rodriguez, o teatro ficará em “stand by” até que surja alguma peça com apelo para atrair o público. A dificuldade de produtores em obter recursos da Lei Rouanet e a escassez de patrocínios via iniciativa privada faz com que menos montagens interessantes estejam na praça. Com isso, segundo ele, as salas Fernanda Montenegro e Marília Pêra, com capacidade para 385 e 410 espectadores, respectivamente, têm recebido público de 50 pessoas, em média.

Nós vamos ficar com as atividades suspensas à espera de alguma produção boa, que atraia o público, que tenha algum ator de nome importante. No momento, não temos oferta de produções com esse apelo — explica ele.

— A crise não é só do meu teatro, é de todos os teatros, pode perguntar a qualquer um. Os produtores não estão conseguindo aprovar um projeto sequer via Lei Rouanet. Submete ao Ministério da Cultura e não passa nada. As empresas também, não estão dando um tostão, mesmo aquelas com o histórico de apoio. Como o cara vai produzir? O teatro, em geral, está falindo. Já não era uma atividade muito lucrativa e, agora na crise, ninguém vai mesmo. Ontem mesmo, eu estava jantando do lado do teatro e sabe quantas pessoas entraram na sala? Cinco pessoas. É prejuízo para o ator, para o diretor, para o produtor e para mim, para todo mundo.

O poder público também foi alvo de críticas do empresário, que também é dono das salas no Fashion Mall.

—- O poder público só vai contra a gente, cobra mas não tem o menor interesse em cultura. Está pouco se lixando, não nos dá nenhum amparo. Cheguei a construir nove teatros no Rio e nunca recebi nenhum tostão do governo — desabafou.

O desabafo do proprietário expõe coisas interessantes sobre o setor, a começar pela total dependência da classe artística aos estímulos estatais. Sem a mãozinha do governo não sai nada! Essa dependência acabou gerando um ciclo vicioso, que prejudica a qualidade das produções, aprovadas por critérios políticos, e que transforma o artista num sujeito engajado em busca de verbas públicas. Uma simbiose em que quem perde é o público.

Antes de mais nada, é preciso lembrar que vários negócios estão fechando as portas. A crise econômica é muito grave, e ela foi produzida pelo governo petista, que contou com amplo apoio dessa classe artística. Ou seja, todos estão sofrendo pela burrice ou canalhice de alguns, em especial desses artistas engajados. Acharam que ficariam blindados para sempre dos efeitos nocivos do socialismo que defendem? Um dia a conta chega…

O que há de tão especial no teatro, se o povo não tem hospital, saneamento, escola e transporte decentes, para não falar de segurança? O que afeta negativamente os teatros afeta tudo. Impostos elevados e complexos, burocracia estatal asfixiante, mão de obra pouco qualificada, leis trabalhistas anacrônicas, baixa renda da população etc. Por isso Roberto Campos ironizou que os artistas socialistas amavam três coisas que só o capitalismo podia dar: consumismo burguês, cachê em moeda forte e ausência de censura. São filhos de Marx numa transa adúltera com a Coca-Cola!

Um agravante para o setor cultural é a “meia-entrada”, uma “conquista” sindical que representa apenas um claro exemplo do jeitinho nacional, da nossa “malandragem” que acaba produzindo um país de otários. Quase todos possuem a carteira de “estudante”, e o preço cheio do ingresso precisa ser proibitivo para fechar a conta, já que o produtor leva em consideração que a maioria pagará somente a metade.

O patrocínio era estatal ou de empresas estatais e próximas do governo, a maioria metida em escândalos de corrupção na Lava Jato. Sem a mesada da Petrobras, como fazer para produzir algo, não é mesmo? E aí que surge a questão: essa turma nunca precisou do público, pois não era ele quem pagava a conta. Daí a falta de elo entre conteúdo e demanda, com peças engajadas, politizadas, partidárias.

Será que não há apoio à cultura, ou não há mais apoio a esta “cultura” da esquerda “progressista”, dos miquinhos nus, da baixaria, da vulgaridade, da subversão de todos os valores em nome da “quebra de tabus”? Porque chamar de “cultura” essa porcaria normalmente produzida por nossos artistas é demais da conta, não?

O proprietário reconhece: se algo bom aparecer, reabre as portas. Ou seja, a maioria é lixo puro, feito para agradar os produtores, seus amigos políticos, os artistas românticos, todos, menos o público. Eis, aliás, um dos maiores problemas no Brasil como um todo: a dependência de vários grupos, empresas e pessoas da verba estatal.

São todos parasitas circulando em torno do poder em busca de subsídios, mesadas, barreiras protecionistas, estímulos. E, com isso, ninguém precisa se tornar mais produtivo ou atender à demanda de forma eficiente. Pra quê, se tem o governo lá garantindo a receita independentemente da aprovação do consumidor?

O caminho para salvar os teatros e a cultura – a verdadeira cultura – é o mesmo necessário para salvar os demais negócios: o liberalismo! Afinal, o socialismo pregado pelos próprios artistas só serve para produzir lixo e levar a sociedade à falência.

PS: Agora ficou mais fácil entender a grita dos artistas contra Temer. Não tem nada a ver com corrupção, caso contrário não defenderiam Lula e o PT. Querem apenas reabrir a torneira das mesadas estatais para o setor. E dane-se o país!

Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal

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