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O caso de "amor" entre Eike Batista e Dilma tinha o BNDES como razão.
O caso de "amor" entre Eike Batista e Dilma tinha o BNDES como razão.| Foto:

O presidente em exercício, Michel Temer, anunciou nesta terça-feira (24) medidas para tentar conter o crescimento dos gastos públicos e retomar o crescimento da economia brasileira. O anuncio acontece um dia depois de Temer entregar ao Congresso pedido de autorização para que o governo registre em 2016 um rombo recorde de R$ 170,5 bilhões neste ano.

A primeira medida anunciada pelo presidente em exercício foi a proposta de devolução, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), de pelo menos R$ 100 bilhões em recursos repassados pelo Tesouro Nacional nos últimos anos que, no total, somam mais de R$ 500 bilhões.

Segundo Temer, a ideia é que sejam devolvidos ao Tesouro Nacional R$ 40 bilhões neste momento, e o restante no futuro.

Trata-se de uma ótima medida! Sabemos como o BNDES foi usado como “orçamento paralelo” no governo petista, além de “bolsa-empresário” e “seleção de campões nacionais”. O grupo de Eike Batista se beneficiou bastante, assim como a JBS dos irmãos Batista e outros poucos grupos grandes. Um absurdo! Ícone do nosso “capitalismo de compadres” que nada parece com o capitalismo de livre mercado pregado pelos liberais.

No ano passado, João Luiz Mauad escreveu um texto no GLOBO em que diz:

O leitor talvez não saiba, mas o Tesouro Nacional, ao longo dos últimos anos, principalmente durante o primeiro mandato da presidente Dilma, transferiu perto de R$ 520 bilhões para o caixa do BNDES. Para se ter uma ideia da grandeza desse número, ele representa cerca de 10% do PIB (2014). Pelos recursos, o governo cobra do BNDES juros de 6% ao ano (TLJP), enquanto, para captá-los no mercado, paga, em média, 13%. Em outras palavras, o custo de carregamento desses “empréstimos”, que fazem a alegria dos grandes empresários tupiniquins, é de aproximadamente R$ 35 bilhões, valor superior ao orçamento anual do Bolsa Família (R$ 27,5 bilhões). Agora, eu pergunto: o leitor viu, em algum lugar, menção de que o governo pretenda pegar esse dinheiro de volta? Nem eu.

Outra possibilidade de arranjar recursos extras para cobrir o déficit seria através de privatizações de empresas estatais, mas, além da proposta de vender 25% da BR Distribuidora (o que está bem longe de significar privatização, já que o controle permaneceria com o Estado), nem uma linha da proposta recentemente encaminhada ao Congresso toca nesse ponto. Eles preferem recriar a CPMF, tungando um pouco mais o bolso do contribuinte. Por quê?

Boa pergunta. Sabemos a resposta: o PT só quer mais estado, mais recursos extraídos à força da população trabalhadora. Assim sobra mais para pilhar, para manter privilégios para seus apaniguados. Temer, ao contrário, sinaliza que pretende reduzir os gastos públicos, privatizar estatais e pegar recursos de volta. Mais por necessidade de caixa do que por convicção ideológica, sabemos. Mas não importa muito nesse momento, desde que faça o certo, o que deve ser feito.

O PT, partido de esquerda, criou o maior mecanismo de transferência de recursos dos pobres para os ricos, usando o BNDES como instrumento. Temer pretende reverter parcialmente esse processo nefasto. Mas a esquerda, formada por artistas engajados e “intelectuais”, prefere o PT, e odeia Temer. E faz isso em nome dos mais pobres, o que é o mais espantoso. Quem realmente pensa nos mais pobres tem obrigação de apoiar Temer nessas medidas necessárias para conter uma injustiça e resgatar o crescimento econômico.

Rodrigo Constantino

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