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A tentação totalitária do PT: editorial do Estadão vai direto ao ponto, mas e linha jornalística?
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Vale a leitura na íntegra do editorial do Estadão hoje. Segue um trecho, volto depois:

A crise que culminou com o impeachment da presidente Dilma Rousseff parece ter estimulado o PT a adotar estratégias típicas de movimentos totalitários. Numa delas, a realidade percebida pelos sentidos é rejeitada in limine, pois é considerada como uma mentira construída pelos inimigos do povo para realizar seu perverso projeto de dominação. Em seu lugar, o PT oferece a “verdadeira” realidade, aquela que se constitui do que não é perceptível, do que está escondido, do que não se dá a conhecer senão por meio da revelação dos que passaram pelo adequado treinamento ideológico. A ideologia petista dá a seus simpatizantes o conforto de substituir o mundo real, com suas contradições e seus acidentes, por um mundo em que tudo faz “sentido”, graças ao discurso que lhe empresta coerência, mesmo que nada disso tenha a mais remota conexão com a realidade.

É com esse viés que os petistas, derrotados pela Constituição e pela democracia, querem fazer acreditar que o País viveu um “golpe”, com a destituição da presidente Dilma Rousseff, e que agora está em curso um processo que culminará em breve num “estado de exceção”, semelhante ao da ditadura militar.

De acordo com essa estratégia, é preciso apostar na confusão moral. A manutenção da ordem, dever da polícia, é tratada como repressão arbitrária – e qualquer ato da polícia nesse terreno, mesmo que no estrito cumprimento do seu dever, é logo apropriado e divulgado de forma estridente pela máquina de propaganda partidária com o objetivo de construir a realidade que lhe interessa.

Assim, uma manifestante que teve ferimentos num olho em razão de estilhaços de uma bomba de gás lacrimogêneo atirada pela polícia, no último dia 31 de agosto, foi imediatamente convertida em mártir petista. Sua vida deixou de lhe pertencer. Ela passou a servir como ilustração do “golpe de Estado dado no País”, como afirmou Dilma em seu perfil no Twitter. A moça foi “vítima da violência policial que tenta reprimir manifestações democráticas”, disse Dilma, sem se ater ao fato de que a bomba que feriu a jovem foi atirada para dispersar vândalos e baderneiros, que não estavam fazendo nenhuma “manifestação democrática” e tinham de ser contidos, como manda a lei.

Os principais jornais do Brasil têm se posicionado contra as “manifestações” desses fascistas vermelhos, até a Folha esquerdista o fez, para levar uma “bronca” de Gregorio Duvivier. Mas eis o ponto que queria destacar: isso não basta! Poucos leem tais editoriais. O mais relevante é a linha jornalística. As chamadas das reportagens insistem em tratar esses marginais como “manifestantes”, e fazem de tudo para causar a impressão de que a polícia é que inicia a agressão do nada, como se o objetivo desses baderneiros fosse mesmo um protesto pacífico.

O problema maior da imprensa brasileira não está na linha editorial, mas na infiltração dos socialistas no quadro de jornalistas. Eles é que mandam nesses jornais. Eles é que dão o tom das reportagens, todas com viés de esquerda. E depois a mesma esquerda fica atacando esses veículos de imprensa como se fossem de direita, respaldados por seus editoriais mais moderados e pela propriedade de famílias ricas e influentes. É o plano perfeito!

Quando um Greg da vida acusa a “Dona” Folha de ser fascista, ele teria somente uma decisão a tomar, se fosse um sujeito decente: pedir demissão. E a “Dona” Folha teria somente uma decisão a tomar, se fosse decente: mandá-lo para o olho da rua. Mas eis que a simbiose entre ambos é interessante, para ambos! O jornal posa de plural e isentão, escreve até alguns editoriais razoáveis, e espalha esquerdismo pelo país. A esquerda finge que a imprensa é de direita, e domina cada um desses veículos na prática. O leitor acaba sendo enganado, fazendo papel de bobo.

O editorial do Estadão está impecável, como quase sempre. Mas mesmo o Estadão, um bom jornal, tem a turma esquerdinha infiltrada lá dentro, dando o tom vermelho às reportagens, chamando marginal de “manifestante” e ato fascista de “protesto”. É isso que precisa mudar. Precisamos nos livrar desses “jornalistas” que são, na verdade, militantes esquerdistas disfarçados. Ou isso, ou a desinformação vai continuar, e boa parte do povo vai continuar chamando bandido de “movimento social” e fascista de “manifestante”.

Rodrigo Constantino

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