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Uma análise sobre os contos de fadas
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Por Jenifer Castilho *

Era uma vez…

Todos nós, independente da idade, gênero ou posição social já ouvimos essas três “palavrinhas mágicas” alguma vez na vida. Era uma vez os contos de fadas. “Cinderela”, “Branca de Neve” e “A Bela e a Fera”são contos diferentes, mas com muitos pontos em comum. Há uma menina, uma dama em apuros, e uma madrasta ou rainha má que quer destruí-la, e então aparece um príncipe, um homem, um protetor e lhe salva, eles se apaixonam, encontram o amor verdadeiro, se casam e vivem felizes para sempre.

A estrutura dos contos de fadas ficou assim durante muito tempo, até que surgiram as novas histórias infantis. Elas continuam com uma estrutura pré-definida, só que bem preocupante. Cada vez mais busca-se acabar com a figura do príncipe: aquele homem forte, bonito, em busca de aventura, pronto para lutar e salvar a princesa indefesa e pedi-la em casamento. Ser seu protetor e seu provedor para sempre. Agora o que encontramos nos novos contos de fadas é um “príncipe” metrossexual, ocupado demais com seu cabelo para ter tempo de salvar a princesa, ou um príncipe aproveitador que quer te conquistar para explorar você e sua família. O príncipe encantado clássico não existe mais nos contos atuais.

A figura da mulher também sofreu mudanças. A princesa não quer mais ser salva, ela é sua própria heroína, é independente.

Resumindo a mensagem que os novos contos de fadas passam para nossas crianças: os homens não são mais necessários. Mulheres não querem ser salvas. Acabou a ideia do amor romântico.

Pode até parecer, mas não venho por meio desse texto falar mal dessas novas histórias, algumas delas até me tiraram muitas gargalhadas. Meu objetivo aqui é fazer uma análise e procurar uma resposta do porquê tirar a figura masculina da questão e como isso atinge as crianças. Eles nos ensinam que a mulher deve procurar seus princípios pelo amor feminino, seja como mãe, irmã, filha, amiga. O papel da mulher é ser forte, independente, conquistar seu espaço. Doçura? Paciência? Sensibilidade? São para mulheres antigas, ultrapassadas e fracas. E o papel do homem? Nem é citado. É aí que chegamos ao X da questão: por que a figura masculina foi deixada de lado? Os contos simplesmente foram se adaptando à sociedade e para entendermos como tudo começou precisaremos viajar pela história.

Desde a idade da pedra o homem fazia três coisas: trabalhava, cultivava e protegia. Através de toda a História eles foram julgados pelo seu trabalho duro e pela proteção que davam às suas mulheres e filhos. As mulheres viam seus homens como conquistadores, provedores, heróis, mas em um momento da História isso mudou. As mulheres viraram suas próprias heroínas. Talvez tenha sido porque os homens esqueceram como era ser um herói ou talvez porque elas não queriam mais ser protegidas, ou os dois. Seja qual for o motivo, o mundo tirou do homem as razões para ser um homem. Elas disseram que ele não era mais importante. E quando isso aconteceu o mundo virou de cabeça para baixo.

Tudo começou com um movimento muito conhecido chamado feminismo, principalmente no pós-1968. Não vou contar a história de como ele se desenvolveu aqui, deixarei isso para outro texto, mas para resumir: um grupo de mulheres que se diziam cansadas da opressão masculina resolveram lutar por direitos iguais. Para elas, era opressão demais ficar dentro de casa protegida, cozinhando e cuidando dos filhos enquanto os homens iam para a guerra, caçar e trabalhar para trazer seu sustento e de seus bebês. Elas ganharam essa batalha. Mas o que, de fato, as mulheres ganharam com o feminismo? Nada. As mulheres ganharam o direito de trabalhar? Na verdade, elas perderam o direito de NÃO trabalhar. Antigamente, quando uma mulher se casava, ela tinha todo o direito de ficar em casa e o marido tinha a obrigação de sustentá-la. E isso foi perdido para sempre.

Foi tirada do homem a responsabilidade de ser o provedor.

O feminismo veio para acabar com a imagem masculina, é o ódio ao homem. E, antes que as feministas venham me xingando, e também para não ficar apenas nas minhas palavras veja abaixo algumas frases de líderes feministas:

Quando uma mulher atinge orgasmo com um homem ela está apenas colaborando com o sistema patriarcal, erotizando sua própria opressão…” Sheila Jeffrys, professora feminista lésbica e ativista política

Imagina que opressão horrorosa, não é mesmo?

Todos os homens são estupradores e é tudo o que eles são. Eles nos estupram com seus olhos, suas leis e seus códigos.” Marilyn French, novelista e feminista americana

Cuidado, homens, ao olharem para as mulheres, vocês podem estar a estuprando sem perceber.

Numa sociedade patriarcal, toda relação sexual heterossexual é estupro porque as mulheres, como um grupo, não são fortes o suficiente para consentir.” Catherine MacKinnon in “Professing Feminism: Cautionary Tales from the Strange World of Women’s Studies, p. 129”

TODA relação sexual heterossexual é estupro?

Homens que são acusados injustamente de estupro podem às vezes ganhar com a experiência” Catherine Comins, Universidade Vassar assistente de reitor da Student Life in Time, Junho 3, 1991, p. 52..

Sem comentários.

Isso tudo se refletiu nos contos de fadas.

Mas talvez ainda exista um príncipe por aí procurando uma princesa que mesmo estudiosa, trabalhadora e independente tem o desejo dentro de si de ser resgatada.

*Jenifer Castilho é estudante de Pedagogia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

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