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Uma defesa islamofóbica da abertura de fronteiras
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Por João Luiz Mauad, publicado pelo Instituto Liberal

Nathan Smith escreveu um ensaio instigador defendendo a liberdade de imigração nos países ocidentais, mesmo diante de tantos casos de terrorismo.  A começar pelo título “Uma defesa islamofóbica da abertura de fronteiras”, Smith já diz a que veio.  O ensaio é todo ele voltado para a ideia de que a melhor maneira de “educarmos” os islamitas é trazendo-os para junto de nós, para que, convivendo com os nossos princípios e valores, acabem se afastando do radicalismo e do extremismo.

Na introdução, Smith trata de colocar os números do terrorismo em perspectiva, mostrando que são estatisticamente desprezíveis para forçarem mudanças drásticas no modelo de civilização que o Ocidente escolheu para si.  Para Smith, se ainda continuamos dirigindo automóveis, apesar das milhares de mortes anuais em nossas estradas, não podemos transformar o terrorismo, responsável por um número de vítimas estatisticamente insignificante, numa ponte para abandonarmos alguns dos nossos princípios mais caros.

Smith deixa claro que, de certa maneira, ele pode ser considerado um indivíduo islamofóbico, pois teme o Islã “no sentido de que o considera uma fonte de erro, na melhor das hipóteses, e uma fonte de terror, na pior”.  Mesmo assim, Smith acha que a melhor maneira de modificar aquela gente é trazê-la para junto de nós, algo como uma operação de assimilação.  Afinal, se o nosso modo de vida é tão melhor, como acreditamos que seja, não há por que pensarmos que eles não acabarão se submetendo às nossas regras e à nossa moral, e não o contrário.

Ademais, segundo o autor, são estatisticamente raros os casos de cristãos convertidos ao islamismo, exceto daqueles que vivem sob as leis islâmicas, enquanto é muito maior o número de conversões islâmicas ao cristianismo.  De acordo com Smith, nos Estados Unidos, os islamitas perdem praticamente ¼ de seus crentes a cada geração, percentual parecido com o encontrado na Alemanha, onde existem atualmente perto de 2% de cidadãos muçulmanos, para um total de 4% de origem turca ou árabe.  Enfim, há razões bastante fortes para acreditar que a influência do modelo ocidental sobre os muçulmanos, do cristianismo sobre o islamismo, será muito mais decisiva que o inverso.

Mas  parte mais interessante do ensaio é a sugestão de um comunicado muito claro, objetivo e duro, que deveria ser entregue pelos governos do Ocidente Livre a todos os muçulmanos que eventualmente resolvessem vir para cá.  Segundo Smith, a redação deste comunicado seria mais ou menos assim:

“Você está convidado a vir morar entre nós e, em troca de impostos moderados e obediência às nossas leis, vamos proteger seus direitos à vida, à liberdade e à propriedade, bem como sua liberdade religiosa, na medida em que a prática de sua religião não viole os mesmos direitos dos outros. E os direitos de terceiros incluem algumas coisas com as quais você não está acostumado, tais como o direito de fazer proselitismo de outras religiões, a apostasia do Islã, ou a atribuição de Muhammad como um falso profeta, assim como o insulto de tudo que você considera santo. Você pode construir mesquitas a vontade e frequentá-las, jejuar durante o Ramadã e tentar persuadir os outros, pacificamente, a fazê-lo com você, mas você deve para sempre repudiar a prática do mal que tem manchado a sua fé desde o início dos tempos, e principalmente renunciar ao assassinato dos apóstatas do Islã. Se esta doutrina desprezível e bárbara de assassinatos for ensinada entre vocês, você vai ser preso por incitação à violência. Da mesma forma, enquanto você está livre para não retratar Maomé, você deve entender isso como uma ligação moral apenas sua, não como uma lei que obriga os não-muçulmanos, que pode ser aplicada contra qualquer um, muçulmano ou não, pela violência. Nós não nos importamos quão incompatíveis essas demandas estão com a sua fé, uma vez que têm sido praticadas há milhares de anos por aqui. Somos mais poderosos do que você, e insistimos que, enquanto você viver entre nós, você se ajuste aos princípios de uma sociedade livre. Qualquer esforço para subverter esses princípios serão impiedosamente esmagados. Sua religião deve tornar-se, doravante, um culto privado e pacífico, destituído de poder temporal, como nossas próprias igrejas cristãs voluntariamente se transformaram. Mesmo que você venere o Muhammad conquistador, você deve seguir o exemplo de Jesus, que ensinou que Seu reino não é deste mundo, e disse aos discípulos para humildemente aceitarem as regras terrenas, enquanto aguardam a recompensa no céu”.

Em resumo, estamos abertos a recebê-los, mas as regras quem faz somos nós.  Nesse caso, não há escolha.  Respeite os nossos princípios e valores e viveremos em paz.  Caso contrário, vocês serão punidos com o maior rigor possível, pois não toleraremos a intolerância.

Nota do blog: o texto é provocador e instigante, mas ainda sou da opinião de que é uma saída um tanto ingênua para o momento atual, e que essa postura de firmeza no império das leis seria bastante adequada, mas está longe da realidade. Com base no multiculturalismo, o fato lamentável é que radicais têm disseminado impunemente uma seita terrorista bem no quintal do Ocidente, sob a complacência dos próprios ocidentais. E nesse contexto, abrir as fronteiras só com um recado desses, sem alterar a cultura por trás do multiculturalismo, é algo extremamente perigoso, para dizer o mínimo.

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