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Uma parábola sobre o crime organizado e a legalização das drogas
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Por Heitor Machado, publicado pelo Instituto Liberal

Esse artigo é uma obra de ficção, quaisquer semelhanças com o estado atual de outras substâncias é mera coincidência.

O ano é 2067, já faz 40 anos que todos os países do mundo começaram um esforço em conjunto para proibir o açúcar, há 50 anos anos cerca de 3 milhões de pessoas morriam no mundo pelo uso abusivo da substância e precisou haver um esforço para abolir esse mal da sociedade.

O fato é que entramos esse ano de 2067 com um sistema prisional lotado e ineficiente. Praticamente junto da descriminalização das drogas, agora traficantes de doces ocuparam os lugares daqueles marginais, veio a criminalização do açúcar. A sociedade já não sabe bem como fazer com as pessoas com sobrepeso e outros tantos diabéticos.

No entanto, vemos uma recorrência do que Milton Friedman explicou sobre a criação de carteis. O grande economista fez um paralelo entre as drogas e o álcool: a proibição é seguida de formação de grandes bandos que detém o poder econômico do comércio ilegal, compra de agentes públicos e muitos outros crimes que surgem como consequência da formação de gangues.

Hoje, o comercio de açúcar é um negócio bilionário que está nas mãos de poucas pessoas dispostas a qualquer coisa para assegurar seu monopólio. Há algumas semanas, dois desses grupos promoveram uma matança em penitenciárias no sul do país. O Primeiro Confeito da Capital e o Confeito Vermelho, ambas as dissidências dos antigos PCC e CV os assombrosos carteis de drogas de 50 anos atrás, mataram cerca de 100 pessoas em uma rebelião, o ministério da justiça já informou que está averiguando maneiras de ajudar a administração a acabar com o problema.

Há quem diga que o açúcar, apesar de extremamente danoso à saúde, deveria ser descriminalizado e que isso traria como resultado muito menos violência e também afastaria potenciais criminosos. Os defensores da proibição dizem que isso não é verdade, que seu consumo é imoral. Em entrevista, a deputada Nair Saconaro diz que a Marcha do Açúcar faz apologia ao uso da substância e que “Estudos sérios indicam que o uso de açúcar pode trazer grandes malefícios aos usuários”. Verdade ou não, a proibição vem sendo discutida mais do que nunca no meio político e na sociedade.

Os liberais insistem que no passado foi diferente: “Há 50 anos, Coca-cola e Pepsi brigavam pelo mercado de consumidores de açúcar sem nunca disparar 1 só tiro. Essa proibição deve acabar.” disse o presidente do Instituto pela Liberalização do Açúcar.

Outra fonte de estudos mostra que o preço do sachê de açúcar já subiu cerca de 50.000% desde a sua proibição, levando os consumidores a procurar produtos mais baratos e de qualidade duvidosa como a rapadura. Muitas vezes produzida em fundos de quintal, sem a menor qualidade e com o preço que chega a um décimo da mesma quantidade do açúcar refinado. Esse fenômeno vem criando as Rapaduralândias em diversas cidades do país. A maioria dos consumidores vive na rua e busca o crime para financiar o vício depois de consumir algumas pedras da rapadura.

O primeiro ciclo de proibição de substâncias por indivíduos teve como grande expoente do crime e de riqueza, o mafioso Al Capone. O segundo ciclo de proibição foi liderado por Juan Pablo Escobar. Nesse nosso terceiro ciclo, temos João Al Hlu, o grande chefe da produção e distribuição de açúcar no mundo. Também conhecido como “Padeiro”, Al Hlu tem um sem número de passagens pela polícia de 5 países diferentes e diversos crimes ligados à sua atividade principal.

Nessa semana, vimos o novo Ministro da Justiça cortando pés de cana-de-açúcar e declarando que fará um esforço internacional para acabar com o tráfico até 2072. Mas a discussão sobre o financiamento da guerra ao açúcar permanece em todas as esferas.

Até quando o dinheiro do pagador de impostos será utilizado para proibir o comercio dessa doce substância? Apenas em 2065, foram gastos 200 bilhões de dólares no combate e o comercio continua a crescer. Será que veremos o final dessa historia?

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