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A coragem de Gushiken
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No Brasil, basta morrer para virar santo. Se for de esquerda, naturalmente. Críticas ao defunto são absolutamente condenáveis. A menos que seja um defunto de direita.

Quando Thatcher morreu, por exemplo, muita gente da esquerda celebrou. Deselegante em ambos os casos, mas temos o claro duplo padrão em jogo.

Não vou celebrar a morte de ninguém aqui. Tampouco vou chorar e posar de grande humanitário triste com todas as vidas perdidas. Vou apenas chamar a atenção para um ponto. Dois, na verdade.

Primeiro: o que tem de petista adoecendo de cancro! Como não sou adepto de teorias conspiratórias no estilo Chávez, prefiro levantar uma hipótese mais prosaica, em vez de alguma máquina inventada pela CIA para espalhar o câncer na América Latina. Quem sabe a obsessão pelo poder e o estresse das falcatruas não ajudem a desenvolver a doença?

Sim, é verdade que a turma dos velhos caciques do PMDB ainda está aí, firme e forte. Mas é que esses não têm tanto estresse assim, pois sabem que sai PT, entra PSDB, ou sai PSDB e entra PSB, lá estarão eles, compartilhando o poder. Sei lá, fica apenas a especulação: rato magro faminto demais deve viver com um grau de angústia que não pode fazer bem à saúde. Poderia até ter um alerta assim:

Ministério da Saúde adverte: mensalão enche o bolso, mas é prejudicial à saúde.

Segundo ponto: a presidente Dilma enalteceu a coragem com a qual Gushiken enfrentou a situação. Calma lá! Segundo reportagens de jornais, a doença fez o petista virar um místico, passando pela Rosa-cruz, pela umbanda, pela cabala e pelo zin-budismo. Cada um enfrenta essas situações como pode, não vou julgar isso. Mas essa informação já coloca em xeque a tese de coragem.

Só que não é apenas isso. E aqui que eu queria realmente chegar: o homem se tratou esse tempo todo no Hospital Sírio-Libanês, o melhor e mais caro do Brasil, e o preferido dos “homens do povo” do Partido dos Trabalhadores. É para quem pode, não para quem quer.

Tudo bem, Gushiken podia. Tinha recursos, ou amigos com recursos. Mas coragem? Não. Coragem mesmo, daquelas de impressionar os demais, é se tratar no SUS sob o governo do PT. Se for com um “médico” cubano, então, aí é caso de heroísmo ímpar! Quem se habilita?

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