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A entrevista de Marina Silva
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Fonte: GLOBO

Vou ter de tomar uma decisão: para defender o voto útil em Marina Silva e Eduardo Campos, a coligação “ecológico-socialista”, caso seja esta a única alternativa para tirar o PT em um segundo turno, não poderei ler mais nada que sair das bocas dessa dupla. Caso contrário, nem com Engov vai dar.

Em entrevista para o GLOBO, Marina Silva deixa claro que, não obstante seu evidente pragmatismo político, ainda mantém acesa a chama de um romantismo ecológico incompatível com o desenvolvimento da nação. Vejamos alguns trechos da entrevista:

Nos dispusemos a uma aliança programática e se ela for aprofundada, não apenas no discurso mas no ponto de vista das atitudes, mostrando que o que está sendo dito é aquilo que tem chance de ser feito, prosperará a aliança fática de apoio à sua candidatura. Se não for, valeu a intenção da semente.

Gostaria de saber qual programa é esse, pois fui ler o do PSB e tive calafrios. Socialista até a medula! Aguardamos, ansiosamente, pelo programa de governo da chapa PSB-Rede virtual, a fim de verificar se se trata mesmo de uma alternativa mesmo esquerdista ao PT, ou se é apenas variação do mesmo tom.

Não dá para dizer que o Eduardo não é um sonhador. Ele vem da tradição de Arraes, das lutas pela democracia, dos direitos do povo brasileiro. O PSB é um partido histórico, que tem 60 anos, e participou de todas essas lutas. Não há aqui uma incoerência com um partido de direita que não tenha nenhuma realidade fática para esse encontro. A Rede é uma atualização da política, que está acontecendo no mundo inteiro.

Arraes era defensor do comunismo. Isso jamais pode ser confundido com defesa da democracia, por direitos do povo brasileiro. Que diretos há em Cuba, meu Deus?! Quanto ao PSB ser um partido histórico, creio que não é algo muito positivo para quem diz trazer a “nova política”, não é mesmo? Atualização da política estranha, essa de Marina.

Se prosperar a contribuição da Rede, é obvio que o (deputado Ronaldo) Caiado (DEM-GO) não se sentirá confortável nesse quadro, e imagino que ele já esteja se preparando para ir para a candidatura do Aécio. Porque, obviamente, na cultura da Rede não há lugar para um inimigo histórico dos trabalhadores rurais, das comunidades indígenas e para quem articulou a derrota do Código Florestal.

A primeira grande contribuição de Marina ao PSB será expulsar o melhor nome do time, o deputado Ronaldo Caiado? Quem sustenta o crescimento brasileiro é a agropecuária, mas Marina prefere colocar girinos como prioridade? O latifúndio virou inimigo dos trabalhadores rurais?

Marina não sabe que os Estados Unidos são grandes produtores de grãos, justamente pelo investimento tecnológico de grandes empresas no campo? Vai preferir tomar o partido dos “índios” representados por lideranças hipócritas em conluio com corruptos da Funai? É esse o avanço na política?

É isso: não leio mais nada da Marina. Caso contrário, não terei coragem de digitar o número da chapa na urna eletrônica para tirar o PT do poder, caso necessário.

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