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A moção de repúdio dos cães de Pavlov
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Eu nem ia me dar ao “trabalho” de responder, para não levantar a bola dessa turma. Mas como vários amigos me mandam o link da tal “moção de repúdio ao colunista Rodrigo Constantino“, creio que está na hora de uma resposta, naquele estilo “reinaldete”. Sou o azul, eles são o vermelho, como tem de ser.

A Executiva Nacional dos Estudantes de Serviço Social – ENESSO, entidade de representação máxima dos estudantes de Serviço Social brasileiros, vem por meio desta moção, trazer a público o seu posicionamento sobre a publicação do colunista Rodrigo Constantino, da Revista Veja. Publicada no dia 12/10/2013, a coluna em questão, trata sobre temas relacionados á educação, e no dia citado, trouxe no seu espaço virtual o vídeo produzido pelos estudantes do Programa de Educação Tutorial – PET, e do Centro Acadêmico Livre de Serviço Social – CALISS, da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, intitulado “Uma Breve Introdução ao Serviço Social”. O vídeo, de caráter introdutório, feito para apresentar o curso de Serviço Social para os estudantes que ainda não o conhecem, explicita o atual projeto ético-político da categoria profissional, que tem como principal vertente teórica a ciência ontológica de Karl Marx.

Essa escolha política, além de um momento histórico fundamental para o Serviço Social brasileiro, por ter ocorrido durante o processo de abertura democrática do país, depois do repressivo período e dos obscuros anos da ditadura militar brasileira, representa uma grande vitória para os assistentes socias e estudantes de Serviço Social realmente comprometidos com os trabalhadores, principais demandatários de nossa intervenção profissional. Portanto, defender um projeto ético-político referenciado na teoria social crítica, diferentemente do que coloca o pseudo-jornalista citado anteriormente, entendendo que um verdadeiro jornalista tem compromisso com a publicação da verdade, é defender uma perspectiva extremamente atual de análise da realidade.

Até agora, só “encheção de linguiça”. Nada foi dito de relevante. Aproveitaram para atacar os “obscuros anos da ditadura”, como se o processo de abertura democrática tivesse alguma ligação com marxismo, e como se o próprio regime militar não fosse, em boa parte, uma reação ao projeto marxista-comunista de tomada de poder na década de 1960. No mais, falar em ética ao lado de marxismo é contradição em termos, a não ser que ética seja compreendida aqui como o extermínio de milhões de inocentes.

Apesar de ter sido formulada há quase dois séculos, e sim, trazer os conceitos colocados por Rodrigo Constantino como sendo obsoletos e ultrapassados, de forma descaradamente parcial, entendemos que não há outra teoria social que compreenda a realidade que vivemos ainda atualmente, na qual ainda os trabalhadores são trabalhadores, patrões são patrões, pobres são pobres, e ricos são ricos. A teoria social de Marx jamais se limitaria a balbuciar um palavreado razo, como o da coluna citada anteriormente, mas através do método materialista-dialético, desvenda todas as categorias fundamentais do movimento do capital, comprovando cientificamente a exploração capitalista ainda em vigor em nossa sociedade. Nada disso foi ultrapassado, e estamos no ano de 2013. Nesse sentido, discordamos essencialmente do exposto na coluna, e defendemos que esta é a teoria que queremos que permeie a nossa formação profissional, por ser esta a realidade com a qual trabalharemos. Não estamos sendo coagidos por nossos professores, ou pela Universidade a isso, como o insinuado na coluna, pelo contrário, essa é uma exigência nossa.  

Eu sou parcial, mas eles insistem na tese de que só o marxismo presta! Seria cômico, não fosse trágico. Vamos lá: Steve Jobs explorou quem para ficar rico? E Michael Dell? Bill Gates? A riqueza só é fruto de exploração na cabeça oca de marxistas, incapazes de compreender o dinamismo do mercado. O CEO de uma multinacional, por exemplo, é empregado, não é dono dos “meios de produção”, enquanto os fundos de pensão, dos empregados, muitas vezes detêm a maior parcela do capital da empresa. Enfim, dá até preguiça de rebater falácias marxistas em pleno século 21. São peças de museu!

Se o projeto ético-político profissional do Serviço Social se referencia na tradição marxista, com certeza foi fruto histórico de intensos debates democráticos no interior da categoria dos assistentes sociais. Ao contrário do que é feito por vários organismos nacionais (federações empresariais, industriárias, etc) e internacionais (Banco Mundial, FMI), que impõe uma única visão teórica ao conteúdo dos cursos de graduação das universidades brasileiras, pautada na subsunção de toda estrutura pública á ganância absoluta da iniciativa privada, a opção do Serviço Social brasileiro pelo marxismo é de defender tudo aquilo que é público para os interesses do povo brasileiro, colocando-se ao lado da classe trabalhadora em sua árdua luta para solucionar a pauperização promovida pela exploração capitalista. O pluralismo sempre foi um princípio político inerente ao debate dentro de nossa profissão, e o conservadorismo irracionalista, como aquele expresso pelo pseudo-jornalista Rodrigo Constantino através de sua retórica liberal vazia, também tem voz dentro de nossa profissão, no entanto que culpa temos nós, se o liberalismo não tem qualquer poder de convencimento em tempos de crise e austeridade, em tempos de revolta e organização política? A pseudo ciência liberal reacionária, essa que Rodrigo Constantino defende, não consegue dar respostas á realidade, por isso não ganha espaço dentro de nossa profissão, acabando por se rebaixar aos argumentos mais fracassados que a história da ciência já pode vislumbrar. Afinal, como José Paulo Netto já disse: “a mão invisível se mostrou mais invisível do que mão”.

Isso é uma peça incrível de humor! Só que não tem muita graça quando lembramos que canalhas assim estão no poder. Conseguem inverter tudo! O marxismo JAMAIS ajudou o povo ou os trabalhadores. Desafio esses idiotas a apontar UM ÚNICO país com viés marxista onde os trabalhadores vivem melhor do que nos Estados Unidos, na Austrália, na Suíça, no Canadá etc. Onde? Em Cuba? Na Coreia do Norte? No mais, falar em pluralismo é brincadeira, quando sabemos que só é aceito o PENSAMENTO ÚNICO nesses meios fétidos repletos de marxistas. Os pulhas ainda falam que até o liberalismo tem espaço lá, só que eles não têm culpa se é incapaz de persuadir alguém. Tem que ser muito cara de pau para escrever algo assim, não é mesmo?

Finalizando, reafirmamos nosso compromisso com a luta pela Reforma Agrária e com os movimentos sociais do campo, um dever ético dos assistentes sociais em formação. Não nos é novidade que os veículos de comunicação subordinados á família Marinho defendem valores como economia de mercado e direito á propriedade, que são contrários aos que defendemos, mas a forma como a Rede Globo tem caricaturado assistentes sociais em seus programas de humor, e agora a irresponsabilidade com a qual foi retratada nossa formação profissional, já estão configurando violência contra o Serviço Social brasileiro. Não nos calaremos diante disso, e manteremos nossa postura, qual seja, “nenhum passo atrás na defesa do atual projeto ético-político profissional”.

Em primeiro lugar, meu texto foi publicado na Veja.com, não no GLOBO. Em segundo lugar, o que mais vejo na imprensa, até mesmo em novelas da TV Globo ou no programa do Luciano Huck, é o movimento CRIMINOSO do MST ser retratado de forma romântica, como se fosse uma luta social legítima, e não uma cambada de invasores de propriedade em busca do poder e de uma revolução comunista. A luta dessa corja é a luta pela cubanização do Brasil. E eles têm a coragem de falar que essa luta é pelo povo e pelos trabalhadores pobres!

Executiva Nacional dos Estudantes de Serviço Social – ENESSO

ENESSO, para mim, tem outro significado:  Estudantes Néscios, Energúmenos, Socialistas, Subdesenvolvidos e Otários. São os cães de Pavlov, o cavalo Sansão da revolução dos bichos de Orwell, os idiotas úteis dos oportunistas de plantão. Só há essas duas alternativas para marxistas no século 21: canalhas ou idiotas. 

 

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