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Estado gastador como locomotiva da prosperidade? De volta ao passado e a idolatria ao fracasso.
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A Folha parece escolher a dedo. A entrevista no caderno Mercado hoje é com o economista Larry Randall Wray, professor de economia da Universidade do Missouri (EUA). Para ele, “só o crescimento liderado pelo setor governamental vai permitir que os países se recuperem plenamente”.

Keynesiano, Wray cospe em cima do “neoliberalismo”, que teria sido incapaz de prever a crise e deveria ser jogado na lata do lixo da história. Abomina conceitos como austeridade fiscal (quem se preocupa com déficit público é “histérico”) e livre mercado, e coloca no estado toda a sua fé como instrumento da prosperidade. Onde já vimos isso antes?

Ah sim, no Brasil desde sempre! Por aqui sempre predominou a visão de que o estado era a grande locomotiva do progresso e que os gastos públicos altos eram fundamentais para o crescimento. Que resultado! Vai ver países mais liberais como alguns asiáticos precisam de mais governo, como no caso brasileiro. Seguem alguns trechos da entrevista:

A crise foi um golpe para as ideias neoliberais?

Certamente. Nenhum dos neoliberais viu a crise chegar. De fato, todas as políticas que eles recomendavam ajudaram a trazer a crise e nem deveriam ser ensinadas nos cursos de economia. Neoclássicos, círculo de negócios real, novo consenso monetário, regras de Taylor, hipótese de mercados eficientes: tudo deveria ser relegado à lata de lixo da história dos cursos de pensamento econômico. Todas essas teorias estão completamente desacreditadas.

Como estudioso de Keynes, o sr. diria que suas ideias voltaram com a crise?

Voltou uma versão bastarda do pensamento de Keynes, a que permite um papel positivo para o governo. No entanto, os administradores públicos perderam a cabeça com o aumento dos déficits orçamentários. Optaram pela austeridade e cederam à grande finança. Assim, não temos estímulos fiscais suficientes e nenhuma regulamentação significativa.

Fortes investimentos estatais sempre foram vitais para recuperar economias no passado. Por que os governos hesitam em gastar?

Medo irracional de deficit orçamentários. Os falcões do deficit atacam aqueles dirigentes políticos que ousam usar o governo para promover o desenvolvimento econômico. Está claro que a austeridade não costuma realmente reduzir os deficit orçamentários, pois mata a economia e destrói receitas fiscais. Quando isso acontece, os defensores da austeridade exigem mais derramamento de sangue na forma de cortes do orçamento. Isso cria um círculo vicioso.

Na realidade, gastos governamentais são o caminho mais seguro para a recuperação, pois não dependem das dívidas do setor privado. E criam renda no setor privado, fornecem títulos públicos seguros para a riqueza do setor privado. Os histéricos do deficit estão errados.

O Brasil voltou a aumentar suas taxas de juros. Essa decisão está na direção certa?

Não posso dizer com certeza, mas prefiro muito mais taxas permanentemente baixas. Zero é provavelmente o melhor. Elevar as taxas de juros não é uma boa maneira de combater a inflação. Se o problema é excesso de empréstimos e gastos, é melhor usar controles de crédito. Se o câmbio está caindo mais que o desejado, é melhor adotar controles de capital. Sei que acordos internacionais e a política interferem nisso.

Só tenho uma coisa a dizer: Oh, God! Trata-se de um alucinado pregando maluquices e ganhando destaque no jornal de maior circulação nacional. É temerário! O homem quer liberar geral a gastança estatal, jogar a taxa de juros artificialmente para baixo (para zero!), e controlar o câmbio e o fluxo de capital. Socorro!

Quanto aos “neoliberais” que não previram a crise, há controvérsias. Não sei ao certo o que é um neoliberal, mas do lado liberal, especialmente dos austríacos, temos alguns que acertaram sim, ao contrário dos… keynesianos! Peter Schiff é um caso notório. Aqui há um clipe de seus alertas antes da crise, enquanto keynesianos aplaudiam a farra creditícia:

httpv://www.youtube.com/watch?v=2I0QN-FYkpw

Mostrei aqui como as impressões digitais do governo estão em todas as cenas do crime nessa crise. No caso brasileiro, que ainda não mergulhou em crise mais séria, temos um caso para mostrar também: esse liberal que vos escreve vem alertando, há pelo menos três anos, que o país corria sérios riscos de estagflação.

Essa minha palestra abaixo, justamente em evento da Escola Austríaca, circulou bastante. Nos comentários iniciais, podemos ver a quantidade de esquerdistas gozando de minhas previsões pessimistas. Era a época da farra. No momento da euforia artificial, os keynesianos nunca acham que vai “lamber”.

httpv://www.youtube.com/watch?v=IE_ZT55T1Kc

Enfim, essa turma nunca aprende mesmo! Para eles, o governo deve sair gastando, endividando-se, “estimulando” o crescimento do consumo, que tudo será uma maravilha. É a volta do passado que nunca se foi. É a idolatria ao fracasso desenvolvimentista, nossa maldição econômica.

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