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Mercado é digital, governo é analógico
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Quando lidamos com o dinheiro da “viúva”, o esmero nunca é o mesmo. É o que mais este exemplo nos mostra: o governo gaúcho jogou no lixo quase dois milhões de reais por total descaso e negligência.

Reportagem do jornalista Cristiano Goulart, veiculada na Rádio Gaúcha, mostra mais um caso exemplar de dinheiro público jogado fora. Um transmissor analógico de TV, adquirido em 2001 ao custo de R$ 1,7 milhão, nunca foi utilizado na TVE, emissora pública do governo do Estado

Comprado na administração de Olívio Dutra (1998-2002), o equipamento foi entregue somente em 2007, na gestão de Yeda Crusius. Os governos se sucederam e o transmissor nunca foi instalado. Agora, a Fundação Cultural Piratini, que mantém a TVE, promete fazer uso do equipamento até o final deste ano. 

No entanto, o investimento da TVE terá vida curta: um decreto presidencial, publicado no final do mês passado, estabelece que, a partir de 2015, todos os canais abertos de televisão terão de transmitir apenas em sinal digital. Desta forma, a despesa, que em valores atualizados representa cerca de R$ 4,5 milhões, terá utilidade por pouco mais de um ano e meio. 

No setor privado, quem pagaria por um erro desses está bem definido: os responsáveis pela compra do equipamento não utilizado, e em última instância, os proprietários do negócio. Por isso estes ficam atentos ao uso dos recursos, e aqueles sentem o peso da responsabilidade de suas decisões. Há, em outras palavras, o que os americanos chamam de accountability. Os erros são punidos, os acertos premiados.

Já no setor público… funciona assim: quem comprou? Ninguém sabe. Quem deu a ordem? Já saiu do governo. Quem assume a responsabilidade? Ninguém. E quem paga a conta? Ora, essa é fácil: o povo! Pergunto: precisa o governo ter emissora de TV? Isso é função básica de estado, por acaso? Já sabem: Privatize Já!

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