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O PT é mesmo um caso de polícia. Como acompanhar tantos escândalos?
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A ministra Ideli Salvatti, da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência (SRI), demitiu no início da noite desta sexta-feira, 20, o assessor especial Idaílson José Vilas Boas Macedo. A decisão foi tomada após o estadao.com.br revelar que, segundo o inquérito da Operação Miqueias, da Polícia Federal, o assessor atuava como lobista da quadrilha acusada de pagar propina a prefeitos para direcionar investimentos de fundos de pensão municipais.

Em nota, a SRI anunciou que Idaílson “está exonerado de suas funções a partir da data de hoje”. A ministra determinou também a abertura de sindicância para apurar as acusações contra ele.

Idaílson é filiado ao PT de Goiás e foi nomeado assessor da SRI em março do ano passado. Segundo a PF, intermediava negociações entre prefeitos e um “pastinha”, como são chamados os aliciadores do esquema. Negociações teriam ocorrido dentro do Palácio do Planalto. Procurado, Idaílson não foi localizado. A reportagem deixou recados na caixa postal de seu celular e no seu local de trabalho.

Os escândalos envolvendo petistas – e gente muitas vezes bem próxima à cúpula do poder – são tantos que tornam inviável a tarefa de memorizar tudo. É impressionante o que tem de petista na parte policial dos jornais. Coincidência?

Não creio. É um método, o resultado de uma mentalidade, qual seja, aquela que garante uma espécie de justificativa para o crime, pois vem de um ser moralmente superior, que luta por uma nobre causa.

Mesmo quando os desvios servem para encher os bolsos particulares, esse comportamento acaba estimulado pela noção de que seu partido carrega um verniz (falso) de superioridade moral. É a “ética” de que os fins justificam os meios.

O PT, afinal, sempre contou com boa dose de esquemas, desde cedo. Dinheiro do jogo do bicho, simbiose suspeita com sindicatos, tudo levantando recursos para “salvar o país”, e deixando um pedágio no caminho com muitos membros do partido.

Claro que a corrupção não é exclusividade do PT. Longe disso! É, em boa parte, alimentada pelo excesso de poder e recursos que passam pelo estado, e pela impunidade. Mas o PT se destaca na modalidade, sem dúvida. Em pouco mais de uma década de poder, conseguiu fazer a turma toda que veio antes parecer um bando de amadores e batedores de carteira.

O exemplo ruim vem de cima, não custa lembrar. O PT não costuma punir nem mesmo aqueles que já foram julgados e condenados. Ora, o peixe pequeno olha isso e pensa: “Se eles podem roubar e continuar no partido, até mesmo mandando, por que eu não posso?”

Não vou negar que devem existir exceções. Mas o fato é que o PT parece, cada vez mais, um caso de polícia mesmo, e não de política. José Dirceu não foi condenado como “chefe de quadrilha”? E José Dirceu não continua peça importante dentro do próprio PT mesmo depois disso? Então…

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