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Os 300 de Esparta e os 200 do Rio
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O Rei Leônidas de Esparta liderou a famosa resistência grega na Batalha das Termópilas contra o império Persa, liderado por Xerxes. Virou até revista em quadrinhos e depois filme.

Ainda que Esparta fosse um modelo mais militarista e autoritário perto de Atenas, os 300 de Esparta lutavam pela boa causa: salvar as pólis gregas.

O patriotismo e a coragem dos guerreiros gregos, indo para o sacrifício em quantidade bem menor para segurar o avanço dos inimigos, tornaram-se um exemplo a ser seguido por muitos ao longo dos tempos.

Pensei nisso quando li a manchete de hoje no GLOBO: Duzentos param o Rio por sete horas. Se Esparta tinha 300 corajosos guerreiros para proteger as cidades gregas, que representavam, mal ou bem, o modelo democrático da época, o Rio tem seus 200 “manifestantes”. E o que eles querem? Defender a democracia?

Só se for a cubana! Protestantes mascarados, que hostilizam os demais, que se acham donos das ruas públicas, não lutam pela democracia. Mais parecem soldados fascistas, os “camisas negras” de Mussolini.

O direito de manifestação não é o direito de impedir o cotidiano da população como bem entender. Quando alguns gatos pingados se sentem no direito de invadir prédios, de governar no grito e com ameaça de violência, é porque já perderam o juízo.

Pior ainda é quando muitos acham que é isso mesmo: que o vandalismo é um meio defensável para os “nobres” fins, que a polícia é a vilã na história. Esta fica acuada, impotente diante dos abusos dos “protestantes”.

Alguns, no máximo, aceitam que deve haver um diálogo para buscar um “equilíbrio”. Dialogar com quem, em que termos e condições? Com o Capilé? Com os Black Blocs anarquistas? Com aqueles que aceitam a tese de que a violência é um meio louvável para combater todo o “sistema”? Que tal aplicar as leis em vez de “negociar”, como querem alguns antropólogos e sociólogos?

Sim, é verdade que a Câmara dos Vereadores é um escárnio quando coloca na CPI dos Ônibus alguém ligado às empresas de transporte. Mas vamos lembrar que esses políticos foram eleitos! Que tal os “manifestantes” canalizarem essa energia toda para esclarecer os eleitores desses locais que colocam no poder esses políticos?

O ministro Lewandoswki também faz “chicana” no STF e nem por isso eu defenderia que um grupo mascarado tem o direito e deveria invadir o estabelecimento e julgar por conta própria os mensaleiros. Na verdade, nem sequer defendo a postura destemperada do presidente Joaquim Barbosa, totalmente descabida para sua função.

Respeito às instituições, eis o que precisamos valorizar mais. Se colocaram as pessoas erradas lá, lutemos para muda-las! Elas foram eleitas! Que tal focarmos mais na raiz dos problemas?

Cheguei a gravar um vídeo de desabafo no passado, quando Lula ainda era presidente e fora reeleito, com linguajar bem duro (e chulo), colocando a culpa nos eleitores. Eu estava muito irritado, peço desculpas adiantadas aos leitores. Mas cada povo tem o governo que merece, certo? Precisamos mudar a mentalidade do povo, e das elites. Eis o vídeo:

httpv://youtu.be/1EgvMEYnp-Mhttp://youtu.be/1EgvMEYnp-M

Precisamos esclarecer mais gente. NÃO precisamos de salvadores da Pátria mascarados nas ruas, em pequena quantidade decidindo quem passa e quem fica, quem pode trabalhar e quem não pode. NÃO precisamos de ruas fechadas, impedindo a passagem até de ambulâncias, para impor mudanças na marra.

Volto aos 300 de Esparta. Os homens e o tempo perdido nas Termópilas foram cruciais para o subsequente fracasso de Xerxes, pois nesse lapso temporal possibilitou-se a evacuação da população de Atenas. E os 200 do Rio? Será que servirão para alguma coisa útil e positiva? Será que ajudarão a preservar a nossa democracia?

Parece justamente o contrário. Do meu ponto de vista, são 200 baderneiros infringindo as leis, arrogando-se o direito de “governar” sem votos e sem passar pelo lento, chato, árduo e imperfeito processo democrático. Lutam, portanto, contra a democracia. Que se restabeleça a ordem e o direito de ir e vir da população carioca. Aos vândalos, a lei!

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