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Para Safatle, “manifestos violentos” são reação política compreensível
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Em sua coluna de hoje na Folha, Vladimir Safatle sustenta que os “manifestos violentos” são, em linguajar lacaniano, o real que retorna após a falha do simbólico. Ou seja, como esses jovens foram expulsos da política, encontram na violência uma forma de expressão. Logo, a resposta tem de ser política.

Como um dos exemplos para ilustrar o que foi expulso da política, Safatle cita o “tripé macroeconômico”, consenso (no discurso, ao menos) entre os principais candidatos. Ou seja, ter um câmbio flutuante, um Banco Central com autonomia para perseguir uma meta de inflação, e responsabilidade fiscal (não gastar mais do que se arrecada) seriam parte de um modelo consensual que não permite espaço para alternativas não testadas.

Vamos por partes. Em primeiro lugar, é temerário afirmar que o tripé é consenso quando a presidente Dilma está justamente sendo acusada por todos de ter abandonado esse modelo. A inflação está acima do centro da meta há anos, o câmbio sofre pesada intervenção e a responsabilidade fiscal é cada vez mais ignorada. Em que mundo vive Safatle?

Em segundo lugar, como ele ousa afirmar que alternativas não foram testadas? O Brasil é um palco de testes infindáveis desses modelos heterodoxos que esquerdistas como ele adoram! Todos, naturalmente, deram muito errado. Mas isso é detalhe para esquerdistas radicais como Safatle, que agora se filiou ao PSOL e pode até ser candidato (Deus nos livre!).

A conclusão do autor vai em defesa dos Black Blocs e seus métodos, apesar de alguns rodeios:

Nesse contexto de mutismo, a violência aparece como a primeira revolta contra a impotência política. A história está cheia de exemplos nos quais as populações preferem a violência genérica à impotência. Ainda mais quando se confrontam com uma brutalidade policial como a nossa. Como todo sintoma, há algo que essa violência nos diz. A resposta a ela não será policial, mas política.

Sim, a história está cheia de exemplos de jovens violentos que tentaram ignorar a democracia e impor suas vontades utópicas ou seus anseios na marra. Todos acabaram muito mal, com sangue e revoluções que trouxeram apenas regimes autoritários.

Sim, esse sintoma – “manifestações violentas” – nos diz algo mesmo: que falta limite para essa garotada, que o império das leis está bastante ameaçado, e que as ideias de intelectuais como Safatle e artistas como Caetano Veloso, que endossam tais métodos, ajudaram a criar esse monstro fora de controle.

A resposta deve ser, acima de tudo, policial: que se faça valer as nossas leis! E em seguida, política: que a democracia possa abrir espaço para alternativas, não essas já existentes que Safatle deseja, mais à esquerda ainda; e sim verdadeiras alternativas de direita, que possam criar um ambiente bem mais amigável ao capitalismo de livre mercado, melhor instrumento de criação de riqueza que existe.

Aos que, ainda assim, insistirem nos métodos ilegais e violentos, a resposta deverá continuar sendo a polícia.

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