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Proselitismo barato e “Mais Médicos” invadem novela da Globo
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Normalmente tiro um día da semana para relaxar do batente e fazer massagem cerebral vendo a novela das nove da TV Globo, “Amor à vida”. Hoje foi o dia. A ideia era ver metade do capítulo, após ferver alguns neurônios lendo sobre entropia e “ordem espontânea”. Não aguentei. Foram só cinco minutos, e cá estou eu, a escrever, lembrando porque não suporto mais ver novelas.

São todas muito parecidas. O empresário rico é sempre um canalha, os gays ou são o máximo, ou são víboras porque vítimas de preconceito. E eis que, agora, o “Mais Médicos” invadiu com tudo a trama de Walcyr Carrasco. Isso mesmo: tema ainda fresquinho, quente, e já entrou em cena de forma escancarada.

Paloma, a riquinha correta, não aguenta mais sua família desestruturada (claro, rica). Bruno a convida para viver com ela, de forma humilde, em bairro pobre. Ela não só aceita, como celebra abrir mão de seu luxuoso apartamento para essa empreitada. Mais: pretende abrir uma clínica no bairro, para ajudar os outros. É uma alma abnegada (que pode se dar a esse luxo).

Seu discurso não poderia ser mais claro: sou uma médica, quero ajudar os outros, atender de graça se for o caso, para quem não puder pagar. Entenderam? Não tem sequer sutileza. Em fase de debates sobre o “Mais Médicos”, a novela mete logo uma médica afirmando abertamente que a categoria não deveria se importar com salários, com ter uma boa casa, essas demandas pequeno-burguesas. Deve é ir para os guetos e ajudar os pobres, de graça! A comida em sua mesa que venha pelo altruísmo alheio também, pelo visto.

Sério, essas novelas cansam, torram a paciência de quem ainda pode pensar. Vou retornar à entropia dos mercados, mesmo a essa hora da noite. Prefiro aquecer o Tico e o Teco a sofrer lobotomia pelas ondas emitidas pela televisão…

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