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PSOL: O PT de ontem. Ou: Quando Robin Hood se julga acima das leis
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“A gente pode botar no relatório que o dinheiro foi para atividades políticas, mobilizadoras. Não pode dizer que foi para construção do PSOL. Para eleger deputado. Isso não pode, isso é crime”. (Deputada Janira Rocha, PSOL/RJ)

Em conversas gravadas por ex-assessores, Janira Rocha (PSOL) admitiu ficar com parte dos salários de integrantes da equipe. Ela também reconheceu ter usado para fins eleitorais recursos do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social (Sindisprevi), do qual foi diretora financeira, antes de se afastar para disputar uma vaga na Alerj em 2010.

caso da deputada é sintomático. Não se trata de uma qualquer no partido. Ela era a presidente regional do PSOL e líder do partido na Assembleia Legislativa, cargos dos quais decidiu se afastar após as denúncias.

A deputada e mais nove militantes que ela recrutou para o PSOL também serão investigados pelo conselho nacional de ética do partido. Os áudios integram um dossiê que dois ex-assessores tentaram vender à secretária estadual de Defesa do Consumidor, Cidinha Campos, por R$ 1,5 milhão, na segunda-feira. Cidinha fingiu interesse, chamou a polícia, e os dois foram presos.

No áudio, a deputada afirma não ter vergonha de nada que fez em seu mandato, e que ela não roubava nada para ela, e sim para a “causa”. Soa familiar? Remete a algum mensaleiro famoso?

O PSOL nasceu como uma dissidência do PT, por políticos que condenavam os métodos do partido de Lula para chegar a permanecer no poder. Segundo os que saíram para fundar o PSOL, o PT havia se vendido ao sistema, se corrompido.

No Brasil, a esquerda mantém uma aura de santidade, detém o monopólio da virtude. Partido fisiológico, corrupto e pragmático já passa a ser visto como de “direita”. Há quem acuse, portanto, o PT de ser um partido de direita! Parece piada, mas é sério.

O que essas pessoas não parecem entender é que a esquerda quase sempre é um convite ao crime e à corrupção. Justamente porque ela defende poder e recurso demais concentrados no estado, o que já representa enorme incentivo à corrupção. E ainda porque vende uma pureza ideológica cujos fins “nobres” justificam quaisquer meios.

Ao criar no político a sensação de que um objetivo fantástico está em jogo, essa mentalidade facilita os desvios de recursos públicos, pois o corrupto age com paz na consciência. Ele se vê como uma espécie de Robin Hood, com salvo-conduto para ignorar as leis. Sua causa o absolve.

Claro que não podemos pegar um caso (não foi só esse, existem outros) e condenar todo o partido. Mas já fica evidente que o PSOL é apenas o PT de ontem. Simula pureza, vende métodos diferentes de fazer política e de lutar pelo socialismo, e acaba produzindo escândalos como os demais. Isso porque não tem o poder!

Colocar o foco nos fins, tidos como nobres, e aceitar que o “roubo pela causa” é legítimo, eis o caminho da desgraça. O que precisamos é respeitar os meios decentes, lembrando sempre que nossas metas, por mais lindas que nos pareçam, não dão uma carta branca para que possamos agir acima das leis.

Para os liberais, ao contrário de boa parte da esquerda, o império das leis e o estado de direito são valores fundamentais. Todos são iguais perante as leis. Os que se julgam Robin Hood, os políticos que desviam recursos públicos para a causa, os vândalos mascarados nas manifestações que quebram agências bancárias, os invasores de terras do MST que lutam pela “justiça social”, os mensaleiros que compram votos de deputados, são todos criminosos.

Não há meio termo aqui. Não há isenção criminal para quem se julga um “revolucionário do bem”.

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