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Reino Unido finalmente vai privatizar correios. Precisamos fazer o mesmo!
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Deu no Estadão: Sob protestos, Reino Unido resolve privatizar correios

Orgulho dos britânicos e intocável até mesmo para a privatizadora dama de ferro Margaret Thatcher, o serviço de correios do Reino Unido será mesmo privatizado.

É mais uma inovação para a conservadora economia britânica, após o banco central do país resolver fazer libras de plástico, abandonando o tradicional papel.

Após meses de estudo e mesmo com a pressão de vários setores da sociedade, o governo do primeiro-ministro David Cameron anunciou que venderá parte das ações do Royal Mail nas próximas semanas. A reação veio rapidamente: trabalhadores vaiaram a presidente da empresa que tentou explicar a operação e já há ameaça de greve.

Com o argumento de que é preciso atrair novos acionistas para modernizar a empresa de 497 anos e preparar o Royal Mail para o futuro, o governo conservador de Cameron anunciou nesta quinta-feira o plano para oferecer parte da empresa ao capital privado. “A decisão assegurará o futuro saudável da companhia. Essa medida ajudará a assegurar a sustentabilidade do Royal Mail no longo prazo”, defendeu o secretário de negócios do governo inglês, Vince Cable. Esse é o mais ambicioso plano de privatização no país desde a década de 1990.

Ainda há poucos detalhes sobre como será a venda das ações. O governo não anunciou, por exemplo, qual parcela será oferecida ao mercado. A imprensa britânica afirma que Cameron poderia negociar até 41% do capital da companhia.

Será oferecida parcela de 10% da empresa aos cerca de 150 mil funcionários dos correios. Se os números forem confirmados, o contribuinte inglês poderia deixar de ser dono do Royal Mail, já que até 51% do capital da empresa seria trocado de mãos. Analistas avaliam que a empresa valeria cerca de 3 bilhões de libras – cerca de R$ 10 bilhões.

A Inglaterra sempre foi o farol do mundo quando se trata de privatização. A saudosa Thatcher foi a precursora de um movimento que tomou corpo no mundo inteiro na década de 1990, tema do meu livro Privatize Já. Faltava vender o controle dos correios. Não faz sentido o governo gerir empresa de logística e distribuição de cartas, ainda mais na era da informática.

Já vai tarde para a iniciativa privada. O Japão tenta ir no mesmo caminho, mas há obstáculos grandes lá, pois os correios são também uma gigantesca empresa com centenas de bilhões em ativos. A intenção de privatizar foi anunciada, mas ainda não saiu do papel.

O Brasil deveria seguir tais exemplos. Nossa estatal é ineficiente, palco de vários escândalos de corrupção, e não faz o menor sentido o governo continuar como controlador. Privatize já!

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