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Um governo marqueteiro ou A Vila de Potemkin
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Deu na VEJA: A União aumentou em 50% os gastos com publicidade nos sete primeiros meses do ano. Os desembolsos passaram de R$ 301,5 milhões no ano passado, para R$ 452,5 milhões até julho de 2013. O valor gasto até agora corresponde a 78% do total aplicado em publicidade em 2012 – R$ 579,2 milhões.

Conforme publicação do jornal Estado de S. Paulo, incluindo as empresas estatais, a presidente Dilma Rousseff desembolsou R$ 1,78 bilhão, em média, por ano, valor 23% maior do que o governo de seu antecessor, Lula da Silva. Os valores foram prestados somando todos os órgãos da administração pública direta e indireta. Os dados da jornal foram pedidos por meio da Lei de Acesso à Informação.

O governo pode alegar que o foco são os gastos com campanhas de saúde, mas o fato é que isso, pelo visto, não se reverte em resultados concretos para a população. No mais, essa é apenas uma parte dessa montanha de recursos destinada para publicidade. Quando junta-se tudo, incluindo as estatais, estamos falando de um valor bilionário. Qual o objetivo?

Por que os Correios precisam fazer tantos anúncios se gozam de monopólio em certas áreas? O mesmo vale para a Petrobras. Os gastos institucionais, para comunicar obras e coisas do tipo, somam dezenas de milhões também. Não há utilização melhor para nossos recursos escassos?

Quando juntamos todas as peças do quebra-cabeça, incluindo esses dados de gasto com publicidade, a transformação radical da imagem da presidente, a enorme importância que o marqueteiro João Santana recebeu no seu governo (especialmente após as manifestações de junho), e seus discursos autômatos escritos pelo próprio homem do marketing na equipe, temos a configuração de um governo sustentado pela busca excessiva de imagem, e não de resultados.

A própria presidente Dilma já disse que fará o “diabo” para vencer as eleições. Essa parece a única meta relevante de seu governo. A inflação segue em alto patamar, o crescimento econômico é medíocre, os investimentos não crescem, a população está insatisfeita nas ruas, mas a presidente só quer saber da imagem, da aparência.

A presidente Dilma acaba se parecendo com o estrategista militar russo Grigory Potemkin, que teria erguido, durante a campanha militar na Criméia, falsas vilas para impressionar Catarina II em sua visita ao local, em 1787. Apenas fachada, decoração exterior para enganar, enquanto por dentro estava tudo vazio, oco, podre.

A frase de Churchill parece vir bem ao caso aqui: “Um estadista preocupa-se com as próximas gerações, enquanto um populista só pensa nas próximas eleições”.

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