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Usurpadores da democracia – parte 2
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Infelizmente, não são apenas “manifestantes” com máscaras no rosto e pedras na mão que ameaçam nossa democracia. Há potenciais usurpadores de toga ou terno e gravata também. Como se pode ver, a luta pela preservação dos valores democráticos e republicanos não é tarefa fácil.

O novo ministro do STF, Luis Roberto Barroso, disse nessa quarta-feira que não podemos politizar a corrupção. Não existe a corrupção do PT, do PSDB ou do PMDB, mas apenas corrupção, que é sempre nefasta. Não há “corrupção do bem”.

Estou de pleno acordo, e creio que os petistas são os que mais precisam se lembrar disso. Para muitos deles, a corrupção é vista como um meio aceitável para seu “nobre” fim. Não é. Toda corrupção deve ser condenada, de que lado for.

Só há um pequeno detalhe: o mensalão não se trata de um simples caso de corrupção, de desvio de recursos. Não! Ele foi um esquema abjeto montado para usurpar nossa democracia, para concentrar todo o poder político em poucos mãos, mantendo os demais deputados sob o controle de mesadas. A compra de seus votos não era para desviar recursos, mas para asfixiar o processo democrático.

Quando Barroso coloca tudo no mesmo balaio, ele está endossando a tese do próprio PT. Ele disse: “Sem reforma política, tudo continuará como sempre foi, e a distinção ficará entre os que foram pegos e os que ainda não foram. O mensalão não constitui fato isolado na vida política”.

Como assim? Relativizar o que foi o mensalão dessa forma só atende aos interesses dos golpistas! O mensalão não foi algo que sempre fez parte de nossa política. Foi um fato isolado sim, em sua gravidade, magnitude, objetivo e métodos. Foi um atentado contra a própria democracia.

Não reconhecer isso, e fingir que mensalão ou obras estatais superfaturadas são equivalentes, é levantar uma nuvem de fumaça para esconder os fatos e a verdade. É, em suma, contribuir para a degradação de nossa democracia, ao aliviar para seus usurpadores.

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