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Zé de Abreu: a prova de que o fundo do poço sempre pode ser superado!
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Quando você pensar que alguém chegou ao fundo do poço, lembre-se de que ele pode sempre surpreendê-lo e provar que tal fundo ainda pode ser superado. É o caso de José de Abreu, ator da Globo que, de uns tempos para cá, tem feito de tudo para assumir o posto de petralha número um do país.

A nova dele: deve gravar um filme sobre o mensalão. Claro, com viés contrário ao julgamento, sendo que o próprio termo não é usado pela quadrilha julgada e condenada pelo STF. Vale tudo para puxar o saco do chefe da quadrilha, não é mesmo? Diz a matéria do jornal gaúcho:

Ainda que a ideia seja incipiente, José de Abreu, no momento envolvido com as gravações da novela Joia Rara, diz que pretende iniciar a pesquisa para o longa metragem no próximo ano. Ele viverá um dos ministros do Supremo Tribunal Federal e trabalhará na produção. O ator diz que contará com a ajuda do amigo José Dirceu nas pesquisas e afirma que é uma obrigação da Agência Nacional do Cinema (Ancine) ajudar no financiamento da obra.

Eis um trecho interessante:

ZH — O fato de usar ao menos preliminarmente a expressão Ação Penal 470 (AP-470) no título do filme já é uma forma de negar a existência do mensalão?

Abreu — É como você falar de sabatina aos domingos. Alguém falou que houve pagamento mensal? Nem o Joaquim Barbosa (presidente do STF) falou em pagamento mensal. Tem sabatina aos domingos? É a mesma coisa. São essas coisas que a gente têm de discutir, mas tudo isso dramaticamente. Não vou fazer um documentário, vai ser um filme de ficção. Obviamente que não vão ser os mesmos nomes dos ministros do STF. Tem de ser uma coisa ficcionada. É como os americanos fazem.

Ou seja, como os pagamentos não ocorreram regularmente nos meses do ano, então não faz sentido chamar de mensalão! Não é incrível? Ainda bem que ele pretende fazer um filme de ficção, e assume isso. Já pensou ter que retratar a verdade? O grande amigo Dirceu não ia gostar nada. Melhor criar uma “realidade paralela” e chamar Lewandowski e Toffoli para ajudarem no roteiro…

Nesse trecho, Abreu explica sua motivação para tanto ativismo ideológico e partidário nos últimos meses:

ZH — Muitos artistas já se manifestaram e se engajaram politicamente. Mas, ultimamente, você é o artista que tem feito isso de forma mais contundente, frequente e pública. Não teme ficar estigmatizado como um petista fanático?

Abreu — Aqui na Globo, não. Se você entrar na página da novela Joia Rara, tem uma matéria sobre mim dizendo “Esquerdista José de Abreu vai fazer papel que é o seu oposto”. Eles assumiram que eu sou de esquerda sem o menor problema. Mas na hora em que acabar essa campanha (caso mensalão), também vou me recolher. É que estava precisando ter uma voz radical ao contrário, mas não sou daquele jeito. Aquilo é um avatar (perfil no Twitter). É que pegaram muito pesado com essa história do mensalão. O PT virou a Geni. É coisa de louco. Também na imprensa, o (Ricardo, de O Globo) Noblat fica xingando meus amigos de ladrão. Aí eu fico puto. Mas tenho ficado amigo de todos os jornalistas. Nenhum fica brabo comigo por eu bater neles.

Primeiro, vale frisar que um petralha assumido que se aproxima do grupo de Dirceu que pretende controlar a mídia permanece com trânsito livre e sem estigma no principal veículo dessa mídia, retratada como “golpista” pelos próprios petralhas. Coisas da esquerda caviar.

Segundo, vejam que nobre: ele não é assim, apenas criou um “avatar” radical para fazer um contrapeso aos injustiçados do PT, que viraram a Geni. Coisa de louco! Penso que como próximo passo o ator deveria criar um novo avatar para defender o ditador da Síria, que tem apanhado de todos nos últimos dias…

Para ajudar na cruzada do ator, segue a declaração que o próprio Dirceu deu hoje. Trata-se de uma pobre vítima, alvo das elites invejosas. Vejam: “Infelizmente, fui transformado no principal alvo do ódio e da inveja de setores da elite do país que não se conformam com a ascensão de Lula”, declarou. “Acabei sendo escolhido para ser o símbolo de todo esse ressentimento, mágoa, inveja, ódio que procuram disseminar contra nós”.

Quase caiu uma lágrima de meus olhos. Tenho certeza de que Zé de Abreu saberá criar uma ficção e tanto com este personagem. Aos que preferem a realidade como ela é, recomendo a biografia escrita por Otávio Cabral e os livros sobre o mensalão de Merval Pereira e Marco Antonio Villa. Que, aliás, deveriam servir de base para um filme também. Pena que é o lado de lá que sempre tem muito mais recursos disponíveis para vender ficção…

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