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Infância

41 milhões de crianças estão obesas no mundo, alerta estudo da OMS

Situação mundial é especialmente preocupante em países de renda média e baixa, como nações da América do Sul

Na lancheira, a dica é evitar bebidas açucaradas. | Antônio More/Gazeta do Povo
Na lancheira, a dica é evitar bebidas açucaradas. (Foto: Antônio More/Gazeta do Povo)

Pelo menos 41 milhões de crianças em todo o mundo com menos de 5 anos de idade estão obesas ou com sobrepeso, de acordo com estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS). A estimativa chama a atenção para o aumento do número de crianças nesta situação em países em renda baixa e média, como nações africanas e da América Latina. Entre 1990 e 2014, praticamente duplicou o número de crianças na África que estão acima do peso – passando de 5,4 milhões para 10,3 milhões.

Nesses casos, o que se observa é uma mudança do perfil nutricional, em que a desnutrição deixa de ser o maior problema e a obesidade passa a preocupar. “O que vemos nos países em desenvolvimento é um contraste, com a desnutrição atingindo uma pequena parcela da população e um crescente número de crianças obesas”, comenta a médica especializada em obesidade infantil Raquel Pitchon, da Sociedade Brasileira de Pediatria.

A probabilidade de uma criança obesa se tornar um adulto com sérios problemas de peso é uma das consequências dos números constatados pela OMS. As estatísticas médicas mostram que cerca de 85% das pessoas que sofreram com excesso de peso na infância serão obesas quando adultas.

Com os números atuais e a relação da obesidade com doenças crônicas graves, é possível prever mais pressão sobre os sistemas públicos de saúde no futuro. Esse é apenas um dos aspectos problemáticos da obesidade na infância. Há também impactos psicológicos, que muitas vezes acabam refletindo no nível de aprendizagem, e o aparecimento precoce de algumas doenças, como diabete e cardiopatias.

Ações

O relatório da OMS propõe um conjunto de recomendações aos governos para reverter a tendência crescente da obesidade infantil. Entre as medidas está a tributação maior sobre bebidas açucaradas (como refrigerantes), a retirada de alimentos hipercalóricos e de baixo teor nutricional das cantinas escolares e a implementação de ações para incentivar a atividade física.

A maior parte das ações propostas busca interferir em fatores que vêm tornando as cidades ambientes que incentivam o ganho de peso. Isso porque há cada vez menos espaço para brincadeiras ao ar livre, maior exposição das crianças à publicidade de alimentos calóricos e o barateamento dessas opções.

Todos esses fatores tornam árdua a tarefa de se manter no peso ideal. “Existem também as questões genéticas que podem influenciar no ganho de peso. Mas, cuidando para que a criança esteja num ambiente saudável, ela tem chances de manter um peso adequado”, diz Raquel.

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