• Carregando...
Com notícia de ampliação de vacinação, movimento nas unidades de saúde cresceu em Curitiba, ontem | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Com notícia de ampliação de vacinação, movimento nas unidades de saúde cresceu em Curitiba, ontem| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Dúvidas

Entenda o significado da decisão judicial no Paraná

Todo mundo está sendo vacinado?

Não. Estão sendo vacinadas as populações previstas no cronograma do Ministério da Saúde. A Justiça deu 20 dias para que se inicie a vacinação irrestrita.

Quando começa a vacinação livre?

O ministério vai recorrer, mas, se a Justiça mantiver os efeitos da decisão, todos terão direito à vacina a partir do dia 30 de abril.

Vai faltar vacina?

Por enquanto, não. Os estoques do estado são suficientes para a população contemplada pelo cronograma. Já a vacinação irrestrita demandaria a compra de mais 5 milhões de doses ou a realocação de lotes de outros estados.

A decisão vale para todo o país?

Não. A decisão vale apenas para o Paraná, mas pode motivar ações semelhantes em outros estados.

Vacina chega à rede privada

A vacinação contra a gripe A na rede de saúde privada começa hoje, em Curitiba. O laboratório de medicina diagnóstica Frischmann Aisengart recebeu 10 mil doses da vacina da marca Solvay, que tem função trivalente – imuniza contra os vírus H3N2, Brisbane e H1N1.

Leia a matéria completa

PF apreende vacina pirata

Na última sexta-feira, agentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Polícia Federal apreenderam vacinas falsificadas contra a gripe A em uma farmácia no município de Dom Cavati, em Minas Gerais. Os produtos eram cópias de medicamentos do laboratório Sanofi-Pasteur.

Leia a matéria completa

A decisão da Justiça Federal do Paraná que obriga a União e o estado a imunizarem toda a população contra o vírus da gripe A (H1N1) foi motivo de confusão para muitas pessoas que procuraram a unidades de saúde ontem, em Curitiba. A Justiça deu 20 dias para que a vacinação irrestrita começasse e, portanto, quem não faz parte dos grupos contemplados pela campanha do Ministério da Saúde teve de voltar para casa sem a imunização. O ministério anunciou ainda que vai recorrer da decisão, o que pode suspender a vigência desse prazo.

Na unidade de saúde da Praça Ouvidor Pardinho, ontem, várias pessoas, que não se encaixavam nos grupos prioritários da campanha de vacinação, esperavam na fila convictas de que teriam direito à imunização. A professora Rosane Torres Baglioli, 36 anos, levou os dois filhos, um de 5 anos e um de 2 para se vacinarem e ficou surpresa com a resposta que obteve. "Pelo que vi na televisão, já estava liberado para todos. Acho muito estranho que crianças não tenham direito, elas correm risco na escola", reclamou.

O comerciante Dirson Fer­reira de Melo, 51 anos, disse não se importar de sair sem a imunização, mas queria ter conseguido ao menos vacinar o neto, de 6 anos. "Vim aqui para que o menino não estivesse mais em perigo", afirmou.

O Ministério da Saúde alega que o objetivo da vacinação é reduzir o risco de morte nos grupos mais vulneráveis, uma vez que não é mais possível conter a expansão do vírus. O órgão afirma ainda que não há no mundo quantidade suficiente do produto à venda e que, por isso, teria de realocar lotes da vacina para o Paraná deixando outras regiões do país desfalcadas. O secretário de Saúde, Carlos Moreira Júnior, disse ontem que vai a Brasília para pedir que a campanha seja ampliada no Paraná.

Para o presidente da Sociedade Paranaense de Infectologia, Alceu Fontana Pacheco Júnior, o ministério desconsiderou dados sobre a incidência do vírus no estado. "A gripe atingiu de maneira mais forte o Paraná, então não há porque tratá-lo como os outros estados. Esse é um dado epidemiológico que deve embasar qualquer campanha de vacinação", critica. Pacheco defende ainda que o Brasil adquira doses remanescentes da vacina de países da Europa, onde a campanha não contou com a adesão da população.

Fura-fila

Enquanto não há certeza sobre a ampliação da campanha no Paraná, algumas pessoas estão se passando por membros de algum dos grupos de risco para "furar a fila" da vacina, uma vez que não há a exigência de qualquer comprovação de doença crônica ou de gravidez. O personnal trainer Lima (nome fictício), 40 anos, é um desses. Ele disse que resolveu testar o estratagema depois de tomar conhecimento da baixa adesão da população à campanha. "Todo mundo está sujeito a doenças e eu fiquei de fora da campanha por diferença de um ano. Se está sobrando mesmo, por que não?", questionou.

As secretarias de Saúde de Curitiba e do Paraná dizem que estão seguindo orientação do Ministério da Saúde para simplificar o processo e que a exigência de comprovação da condição de saúde poderia desmotivar a população a se vacinar.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]