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Sérgio com os filhos Arthur e Heitor: pai pratica exercícios com os meninos duas vezes por semana | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Sérgio com os filhos Arthur e Heitor: pai pratica exercícios com os meninos duas vezes por semana| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Prática

O professor de Educação Física da Universidade Positivo, César Macuco, aponta atividades físicas para fazer fora da escola:

Corpo – Incentive brincadeiras infantis que exijam movimentos com o corpo.

Exemplo – Participe de jogos ou caminhadas com os pequenos.

Escadas – Se você mora em prédio, suba de elevador com as crianças até um andar antes do seu e continue o restante pelas escadas.

Ônibus – Na hora de voltar do colégio de ônibus, desça com as crianças um ponto antes.

Controle remoto – Tire o controle remoto do alcance dos pequenos. Eles terão que se levantar para trocar de canal.

Bichos – Delegue aos filhos a função de levar os animais de estimação para passear.

Especialista – Procure a ajuda de um profissional especializado – o acompanhamento e a prática de exercícios organizados ajudarão a controlar as calorias a serem perdidas.

Sessenta minutos de atividades físicas de moderadas a intensas por dia. É o que recomenda um estudo do Departamento de Saúde e Serviços Humanos americano quando o assunto é a redução dos índices de obesidade infantojuvenil nos Estados Unidos. Intitulado de Physical Activity Guidelines for Americans, o documento revela que menos da metade da juventude daquele país não segue essa recomendação – o que pode comprometer a saúde desse público e seu bem-estar ao longo da vida. A indicação, analisam especialistas brasileiros, é bastante válida não só para a perda de peso entre crianças, mas também para melhorar o condicionamento físico desta faixa etária. A receita, ensinam eles, deve ser seguida além das aulas de Educação Física nas escolas.

A relação entre tempo de exercício gasto e obesidade é direta, explica o professor de Educação Física da Pontifícia Universidade Católica (PUCPR), Rafael Braga. "Em um sistema fisiológico que usa a gordura como combustível, a perda de calorias se alcança com atividades de longa duração. Temos que ter como parâmetro acima de 40 minutos de exercício", diz.

Braga observa que levar essa prática para o dia a dia das crianças, dentro e fora da escola, é um desafio para pais e educadores. Como algumas atividades físicas que antes atraíam o interesse de crianças ficaram para trás com o passar dos anos, é preciso estar atento às mudanças de contexto e de comportamento dessa geração. Só assim, alerta Braga, será possível oferecer algo que desperte a atenção dos jovens e os leve a sair do sedentarismo.

"A chamada geração Z, de 1995 para cá, já nasceu depois da inserção da internet. Seu interesse pelo exercício físico foge do trivial. O mais importante é que os pais identifiquem que atividade vai gerar mais bem-­estar ao seu filho", pondera o professor, ao considerar que a indústria tecnológica já vem oferecendo meios para aliar entretenimento e exercícios. Os exergames, cita ele, jogos que utilizam movimentos corporais como forma de interação com ambientes virtuais, são um exemplo disso. "Eles podem trazer o mesmo efeito de uma atividade física vigorosa", atesta.

Incentivo

Doutoranda em Ati­vi­dade Física e Saúde pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Larissa Rosa da Silva afirma que os exercícios praticados ao longo de uma hora e com intensidade maior podem trazer mais do que emagrecimento, mas a melhoria das condições cardiovasculares e metabólicas dos mais jovens. Ela ressalta que é fundamental que exista envolvimento da família na busca de uma atividade que gere adesão da criança, seja em uma academia ou em um clube. "A atividade escolhida também deve propiciar o contato social com crianças da mesma idade, o que ajuda na manutenção do exercício depois", ensina.

O empresário Sérgio Ednilson Macuco, 39 anos, conta que sempre teve a preocupação de manter os filhos em atividade, independentemente das aulas de Educação Física na escola. Pai de Arthur, 13, e Heitor, 5, ele corre, joga bola ou anda de skate com os filhos ao menos duas vezes por semana. Os meninos ainda praticam futebol e equitação sozinhos. "Já é uma forma de pensarmos na saúde deles agora e no futuro também", explica o curitibano.

Grupo da PUC pode ajudar a mudar as aulas

Embora as atividades físicas façam parte do currículo escolar de crianças e adolescentes brasileiros, exercícios oferecidos durante esse período nem sempre são considerados suficientes para o desenvolvimento infantil e juvenil. "Estudos apontam que atividades físicas vigorosas são desenvolvidas apenas de 7 a 15 minutos de cada aula ministrada. Nós, no Brasil, estamos caminhando a passos largos para nos tornarmos, em termos de obesidade, uma nação como os Estados Unidos", alerta o professor de Educação Física da PUCPR, Rafael Braga.

Mestre em Ciências do Movimento Humano, Braga faz parte de um grupo de Pesquisas em Comportamento Motor, da PUCPR, que visa modificar este cenário a partir de parcerias com colégios da rede pública. As ações começam com a delineação do perfil de cada escola e culminam em uma reprogramação do conteúdo das aulas de Educação Física, conforme as necessidades detectadas junto ao público atendido. "Nosso objetivo é desenvolver exercícios de qualidade durante essas aulas", diz.

Os interessados em obter apoio do grupo em sua escola podem fazer contato pelo e-mail rafael.braga@pucpr.br.

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