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O ministro da Saúde, Marcelo Castro, disse nesta quarta-feira (18) que se o vírus zika for confirmado como a causa do aumento dos registros de bebês com microcefalia, conforme a hipótese investigada pelo governo, a situação pode se estender para outros estados além do Nordeste e até outros países.

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A afirmação ocorre após resultados de exames em duas grávidas da Paraíba cujos bebês foram diagnosticados ainda na gestação com microcefalia, má-formação do crânio que pode levar a problemas graves no desenvolvimento da criança. Amostras coletadas do líquido amniótico confirmaram a infecção por zika, vírus identificado no Brasil neste ano e transmitido pelo mesmo mosquito da dengue, o Aedes aegypti.

Após o resultado, o Ministério da Saúde informou nesta terça (17) que é “altamente provável” que os demais casos já registrados em sete estados do Nordeste também tenham relação com o vírus. “Precisamos ter mais dados para ter segurança [sobre as causas]. Mas a hipótese do zika está fortalecida”, disse Castro. “Em qualquer hipótese, o cenário é gravíssimo.”

Questionado, o ministro disse que ainda não há previsão de novas ações a serem tomadas em relação ao surto. Ao todo, o Brasil já registra 399 casos de bebês identificados com a condição, que faz com que o perímetro da cabeça seja menor do que a média, que é acima de 34 cm.

“O zika era tratado como dengue mais branda. Se for confirmado que é o causador, isso o torna o mais perigoso dos vírus transmitidos pelo Aedes aegypti”, afirmou, após evento sobre segurança do trânsito.

Segundo o ministro, mulheres que desejam engravidar neste período devem analisar os riscos com a família e médicos antes de tomar uma decisão.

“Sexo é para amador, gravidez é para profissional. A pessoa que vai engravidar precisa tomar os devidos cuidados”, disse. “Ninguém deve engravidar ao acaso, deve ser feito um planejamento para uma maternidade responsável”.

Presente no evento, a diretora-geral da OMS (Organização Mundial de Saúde), Margareth Chan disse que a organização vem acompanhando o caso.

“É preciso enfatizar que essa ligação [com o zika vírus] ainda não está determinada”, afirmou. “Precisamos continuar o trabalho. Estamos acompanhando as novas descobertas, e o governo está tomando ações”, disse.

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