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Não tem jeito: basta os primeiros sinais da menopausa aparecerem, como ondas de calor, insônia e alterações no ciclo menstrual, para que a mulher precise buscar um método para regularizar as taxas de progesterona e estrogênio – hormônios que o corpo deixa de produzir nesta fase da vida. Essa é a regra, ao menos, para cerca de 80% das mulheres, a partir dos 50 anos. Os benefícios de buscar este método são grandes: além de ajudar na prevenção da algumas doenças, como a osteoporose, a técnica alivia os sintomas da menopausa e regulariza o metabolismo da mulher, o que ajuda a diminuir a oleosidade dos cabelos e melhorar o tônus da pele. Mas, mesmo amplamente receitada pelos médicos ginecologistas, a reposição hormonal ainda é cercada por uma série de mitos. Veja os principais a seguir:

Ingerir soja dispensa o uso de reposição.

É mito porque a soja contém isoflavona, uma substância que tem ação parecida à do estrogênio no organismo, o que ajuda a aliviar os sintomas da menopausa, mas a quantidade no alimento é muito pequena para substituir a reposição. Como os efeitos são de longo prazo, o ideal é combinar uma alimentação rica em isoflavona desde cedo e, após a menopausa, não abrir mão do tratamento.

Causa problemas cardíacos e osteoporose.

É mito. A reposição, na verdade, ajuda a prevenir essas doenças. Por agir na parede das artérias, o estrogênio protege contra a concentração de gordura no local, o que diminui os níveis de colesterol e ajuda na prevenção de arteriosclerose e enfarte. Como o estrogênio também influencia na saúde dos ossos, a baixa no hormônio faz a mulher na menopausa perder massa óssea, o que facilita o apareci­mento da osteoporose. A reposição fortalece a massa óssea, diminuindo as chances de desenvolvimento da doença.

A mulher deve tomar a reposição para o resto da vida.

É mito. A média de utilização é de cinco anos, mas o tempo varia bastante. Algumas mulheres usam a reposição por mais de dez anos, enquanto outras não mais do que três anos. O ideal é que, anualmente, o ginecologista faça uma avaliação da necessidade dos hormônios e, caso identifique uma evolução considerável na contenção dos sintomas, dispense o uso.

A única forma de reposição é via oral.

É mito porque a mulher pode optar pela utilização de comprimidos ingeridos via oral todos os dias, adesivos (trocados duas vezes por semana), implantes subcutâ­neos com duração de seis meses a um ano ou cremes e géis aplicados diariamente na pele ou pela via vaginal. A vantagem dos métodos que não passam pela via oral é que os hormônios caem direto na corrente sanguínea, o que não sobrecarrega o fígado, diminuindo a possibilidade de danos hepáticos e amenizan­do efeitos colaterais.

O tratamento engorda.

É mito porque, durante a menopausa, a mulher tem uma redistribuição da massa adiposa e a gordura começa a se concentrar no abdômen e nas mamas, o que passa uma impressão de que ela está mais "gordinha", mas essa alteração não tem relação com o tratamento.

Reposição hormonal causa câncer de mama.

É m ito. Em 2002, um grande estudo, realizado nos Estados Unidos, sugeriu que mulheres que usavam reposição hormonal tinham mais chances de ter câncer de mama. Hoje, sabe-se que o aumento absoluto das chances é pequeno – passa de 30 para 38 casos a cada 10 mil mulheres –, e vale principalmente para mulheres com mais 60 anos e que utilizam a reposição há mais de cinco anos. Além disso, os hormônios atuariam no desenvolvimento de tumores já existentes e não seriam capazes de desencadear a criação de novos.

Todas as mulheres na menopausa precisam usar reposição hormonal.

É mito porque, como um dos objetivos da reposição é aliviar os sintomas da menopausa, como ondas de calor, insônia, alterações no ciclo menstrual, secura vaginal e sudorese noturna, somente as mulheres que têm essas manifestações recebem orientação para tomar hormônios. Pacientes com câncer de mama, trombose, que já tiveram um enfarte ou um AVC, diabéticas e hipertensas, com as doenças descontroladas, não devem utilizar a reposição.

Fontes: Almir Antonio Urbanetz, membro da Febrasgo; Jaime Kulak, delegado da Sobrac; Maria Leticia Fagundes, médica ginecologista do Hospital Vita; Petra Mirella Theiss, professora do curso de Nutrição da UTP.

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