No consultório do cirurgião de mão Adilson Seidi Suguiura, as doenças mais comuns são as relacionadas às dores músculo-esqueléticas inflamatórias que o paciente associa ao esforço de repetição, como tendinites, mialgias, sinovite articular, bursite e compressões do nervo. "As queixas mais frequentes são dores que dificultam o trabalho ou o repouso", diz. "Não há duvida de que, com uso maior das mãos e a perda de postos convencionais de trabalho, precisamos nos deslocar de um ambiente a outro, mandamos mensagens pelo celular e cada vez mais perdemos tempo para o lazer e atividade física", comenta.
As mãos têm sido os membros mais usados em tempos de internet e celular. Suguiura orienta que não há apenas uma maneira correta de enviar mensagens pelo aparelho: a dica é não pressionar demais as teclas. O tamanho dos aparelhos, sejam eles celulares ou até mouses, também devem variar conforme o tamanho da mão. Mãos pequenas se ajustam melhor a celulares e mouses menores. Ele completa que o uso da tecnologia touch screen (do toque na tela) dos celulares e até dos computadores minimiza os eventuais problemas nas mãos.
O médico esclarece que não existe uma profissão que tenha mais incidência de doenças de mão, mas um perfil de paciente: "aquele sedentário que tem um ritmo de trabalho exigente, que perde tempo durante o seu dia no transporte e que quando para e pensa em um tempo para descansar, assiste televisão. Se compararmos nossa vida atual com a dos nossos pais e avós, que também trabalhavam bastante, vemos que não existiam estas doenças, pois eles andavam e se movimentavam mais."
Ele também ressalta que "as questões emocionais não causam dor, mas valorizam um quadro de dor pré-existente. Por exemplo, enquanto no trabalho tenho ganhos suficientes, relacionamentos adequados com os colegas, ele me dá prazer, mesmo na presença de leves sintomas. Mas, quando algo me incomoda, estas dores associadas a outras incômodos começam a ter outro foco. O trabalho que não dava tanto prazer fica ainda menos prazeroso."
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