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 | Arquivo da família
| Foto: Arquivo da família

Para algumas dezenas de curitibanos, o número 447 da Rua Petit Carneiro não se resume a um ponto qualquer entre a Arena da Baixada e o Clube Curitibano. Ali morava o pediatra Mauro Scaramuzza. Muitos não se inibem em apontar o local com o dedo, ao lembrar que naquele endereço vivia um homem bom. Não se enganavam: quando crianças, cruzaram aquele portão, sábado ou domingo, carregados pelos pais, muito antes de a expressão “médico da família” virar um programa de governo.

Além da disposição em atender fora dos horários, e de graça, fosse o caso, doutor Mauro fazia consultas clássicas, de uma hora, tempo o suficiente para ouvir o corpo dos pacientes. Não raro, acabavam em dicas de alimentação e de higiene. À unção para cuidar dos outros, some-se outra habilidade: o olho clínico. Era bamba em diagnósticos. Sua fama rodou Curitiba e região. Nem uma nem duas vezes deu alerta para casos de meningite e doença de Hodgkin.

Daí não ter sossego, nem quando veraneava em Guaratuba; nem durante as sofridas partidas do seu time, o Paraná Clube; tampouco nos sagrados 15 minutos diários em que se permitia tomar um café na Boca Maldita e jogar palitinho. “Ele colocou a medicina em primeiro lugar”, reitera o biólogo e literato Mauro Filho. A mulher Marlene, os filhos Mário, Mauro e Márcia sempre souberam que havia algo à frente deles – o juramento a Hipócrates e o exercício da compaixão.

As informações constantes na relação de falecimentos são fornecidas pelo Serviço Funerário Municipal. Fone: 3324-9313.

Uma das virtudes de doutor Mauro, cultivada quase em segredo, foi sua militância pela adoção de crianças deixadas nos abrigos. Sua sensibilidade para com o assunto vinha dos tempos em que trabalhou nos hospitais São Vicente e César Pernetta e viu bebês deixados em caixas de sapato. Não se sabe quantos pais acolheram a sugestão, mas com a paixão com que o fazia, é provável que tenha garimpado um lar para um bom número de abandonados.

Os Scaramuzza formam um clã de médicos – cinco ao todo. Um deles, Mário, trabalhava como guarda-livros, estava casado e tinha filhos no dia em que deu de ombros e decidiu cursar Medicina. Formou-se quando tinha perto de 40 anos e mostrou que não estava a passeio. Brilhou. Seu filho, Mauro, o tomou como exemplo, dando continuidade à obra do pai nos 57 anos em que clinicou.

Para Mauro Scaramuzza, a medicina era fonte de alegria. Daí as longas jornadas. Daí a simplicidade tibetana de seu consultório no Edifício Santa Maria, 51, na Praça Zacharias, porta que abriu e fechou, de forma religiosa, até pouco tempo. Uma fratura no braço e o peso dos 80 anos o forçaram a substituir a Zacharias pela Petit Carneiro, onde manteve o consultório anexo à moradia. Os pacientes o seguiram, muitos deles já de segunda e terceira geração. Seus arquivos meticulosos, quando estudados, formarão um belo e raro registro dos tempos românticos da profissão.

No dia a dia, o médico Mauro era um homem austero, sem luxos, como bem cabia a quem tinha crescido num Brasil sofrido, “em que se comia biscoito uma vez por mês”, como frisa o filho. Cultivava o lar, ao lado de Marlene – a quem começou a namorar ela ainda guria, ao vê-la na saída do Colégio Sagrado Coração de Jesus. Gostava de receber amigos – com duas intenções: falar de futebol antes e depois de assistir a uma partida. Lia jornais com apetite – nunca menos de três títulos pela manhã.

Prato preferido? Todos os que trouxessem camarão, pão d’água da “Camponesa” e caldo de feijão, item obrigatório na geladeira. Leitura? As melhores – e no fim da vida, o consolo das doutrinas espíritas, pelas quais nutria curiosidade. Mania? De deixar a roupa enfileirada. Era ordeiro. Marlene e os filhos se divertiam com sua precisão: era capaz de dizer se o que buscava estava do lado direito ou esquerdo, junto de um envelope verde ou azul. Não dava margem para erros. Era afinal um médico – em tempo integral.Deixa a mulher Marlene, três filhos e dois netos.

Dia 23 de outubro, aos 85 anos, de falência múltipla, em Curitiba.

Lista de falecimentos - 02/02/2016

Alcir Moraes da Silva, 57 anos. Profissão: motorista. Filiação: Alfredo Moaes da Silva e Olinda Grein da Silva. Sepultamento ontem.

Aparecida Gracia Galaci Marson, 90 anos. Profissão: do lar. Filiação: Domingos Galaci e Maria Moreli. Sepultamento hoje, no Cemitério Memorial da Vida, em São José dos Pinhais, saindo da Capela do Cemitério Municipal Fazenda Rio Grande.

Célia de Góes, 58 anos. Profissão: do lar. Filiação: Ildefonso de Góes e Almerindia Ribeiro de Góes. Sepultamento ontem.

Douglas Monteiro, 88 anos. Profissão: advogado. Filiação: João Caetano Monteiro e Olga Bailoni Monteiro. Sepultamento hoje, no Cemitério Jardim da Saudade I, saindo de Igreja Presbiteriana Independente.

Dowglas da Silva Rita, 59 anos. Profissão: economista. Filiação: Juventino Rodrigues Rita e Maria de Assis e Silva Rita. Cerimônia hoje, no Crematório Vaticano, saindo da Capela Vaticano - Esmeralda.

Elias Amador Rinard, 71 anos. Profissão: motorista. Filiação: Carlos Amados Rinard e Ana de Castro Rinard. Sepultamento hoje, no Cemitério Parque São Pedro.

Eucleia Rodrigues Barboza, 81 anos. Profissão: professora. Filiação: Francisco Rodrigues de Souza e Amélia Bahls de Souza. Sepultamento ontem.

Henrique Gonçalves Naves, 29 anos. Profissão: encanador. Filiação: Marcos Aparecido Naves e Cirlane Barboza Gonçalves Naves. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal Campo Magro, saindo da Capela.

Honorina Andrade, 82 anos. Profissão: do lar. Filiação: Raulino Francisco dos Santos e Joana Almeida dos Santos. Sepultamento hoje, no Cemitério Universal Necrópole Ecumênica Vertical, saindo de Vertical.

Isaura Dalmonico Soteras, 72 anos. Profissão: do lar. Filiação: Germano Dalmonico e Gema Dalmonico. Sepultamento ontem.

João Maria Alves Ribeiro, 88 anos. Profissão: auxiliar de produção. Filiação: Olympio Alves Ribeiro e Zulmira Alves dos Prazeres. Sepultamento hoje, no Cemitério Parque Metropolitano, em Fazenda Rio Grande, saindo da Capela São Lepoldo.

Joceli Mário Ruzza, 56 anos. Profissão: comerciante. Filiação: Egídio Ruzza e Ana Maria Ruzza. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal da Cidade de Origem, saindo do Pavilhão da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Marechal Cândido Rondon.

Jonas Farias da Silva, 54 anos. Profissão: garçom. Filiação: Adão Caetano da Silva e Verônica Farias da Silva. Sepultamento ontem.

Jonathan Guilherme Coutinho Bodi, 24 anos. Profissão: pintor. Filiação: Santilio Alceu Bodi e Jiane Márcia do Rocio Coutinho. Sepultamento ontem.

José Álvaro Tonhatto, 60 anos. Profissão: motorista. Filiação: Valentim Sebastião Tonhatto e Aparecida Soares Tonhatto. Sepultamento hoje, no Cemitério Universal Necrópole Ecumênica Vertical, saindo da Capela Municipal de Almirante Tamandaré.

José Gonçalves Reis, 71 anos. Profissão: lavrador. Filiação: Benjamin Gonçalves dos Reis e Etelvina de Oliveira Brito. Sepultamento ontem.

Judith Maria Laurindo, 70 anos. Profissão: do lar. Filiação: Benedito Gabriel Laurindo e Aparecida Maria de Jesus. Sepultamento hoje, no Cemitério Pedro Fuss, em São José dos Pinhais, saindo da Igreja Visão Missionária.

Júlio César Buzzi, 23 anos. Profissão: analista de sistemas. Filiação: Hercilio Buzzi e Otília Santina Buzzi. Sepultamento ontem.

Leacir Castro, 56 anos. Filiação: Morocindo Castro e Ana Maria Barbosa. Sepultamento ontem.

Leandro Jeniel dos Santos, 17 anos. Profissão: autônomo. Filiação: Lucineia Ferreira dos Santos. Sepultamento hoje, no Cemitério Universal Necrópole Ecumênica Vertical, saindo de Vertical.

Lourival Paulino de Avila, 63 anos. Profissão: autônomo. Filiação: Lourival de Avila e Vergínia Paulino de Avila. Sepultamento ontem.

Luan Augusto Martins da Silva Valente, 19 anos. Filiação: Júlio César Valente e Luzen Martins da Silva. Sepultamento hoje, no Cemitério Paroquial Colônia Orleans, saindo da Capela Mortuária.

Lucas Jonas dos Santos, 21 anos. Profissão: servente. Filiação: Luciano dos Santos e Adriana Cristina de Paula. Sepultamento hoje, em local a definir, saindo da Capela Municipal da Lapa.

Lúcia Toledo Sawaya, 91 anos. Profissão: do lar. Filiação: Lúcio Dias Toledo e Maria de Lourdes Moura Toledo. Cerimônia hoje, no Crematório Vaticano, saindo da Capela Vaticano - Rubi.

Luciano Cícero da Silva, 54 anos. Profissão: motorista. Filiação: Cícero José da Silva e Maria Ludugero da Silva. Sepultamento ontem.

Maria Dolores Lima, 94 anos. Profissão: do lar. Filiação: Antônio Moletta e Maria Moletta. Sepultamento hoje, no Cemitério Paroquial Umbará, saindo de Paroquial Umbará.

Moiseis Alexandre Neves Ribeiro, 11 anos. Profissão: estudante. Filiação: Alexandre Ribeiro e Beatriz Neves dos Santos. Sepultamento ontem.

Rafael Vasconcellos Soares, 25 anos. Profissão: coletor. Filiação: Aires Soares e Rosalva Vasconcellos Sales. Sepultamento hoje, em local a definir, saindo da Capela Funesp, em Peruíbe.

Reinaldo Bonfim, 45 anos. Profissão: cozinheiro. Filiação: Manoel Alves Bonfim e Jandira Maria Bonfim. Sepultamento hoje, no Cemitério Paroquial Nossa Senhora. do Rosário, em Colombo, saindo da Capela Mortuária do Jardim Osasco.

Reinaldo da Silva, 39 anos. Profissão: autônomo. Filiação: José Antônio da Silva e Carolina Martins da Silva. Sepultamento ontem.

Rosalina Rodrigues de Jesus Aquino, 101 anos. Filiação: Josepha Rodrigues de Jesus. Sepultamento ontem.

Rui Carlos Dopker, 63 anos. Profissão: porteiro. Filiação: Adolfo José Dopker e Daltiva Rosa Dopker. Sepultamento ontem.

Sebastião dos Santos Ferreira, 80 anos. Profissão: motorista. Filiação: Benvindo Ferreira da Silva e Eliza de Paula e Silva. Sepultamento ontem.

Severina Alves Foltran, 62 anos. Profissão: do lar. Filiação: Gercino Alves das Neves e Maria das Dores Alves. Sepultamento ontem.

Silvana Kaminski, 45 anos. Profissão: assistente administrativa. Filiação: Orlando Kaminski e Teodora Kaminski. Sepultamento ontem.

Umberto César Fae, 61 anos. Filiação: Euclides Raul Fae e Carmem Cinira Formigheeri Fae. Sepultamento ontem.

Vera Lúcia Canziani de Fagundes, 67 anos. Profissão: funcionário público federal. Filiação: Indio Antônio Cabral Canziani e Diva Helena Raposo Canziani. Sepultamento ontem.

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