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Mark Zuckerberg, criador do Facebook, é acusado de alterar as políticas de privacidade da rede | REUTERS/Kimberly White
Mark Zuckerberg, criador do Facebook, é acusado de alterar as políticas de privacidade da rede| Foto: REUTERS/Kimberly White

Um protesto mundial contra a falta de privacidade da internet levou perto de 33 mil pessoas a cometerem "Facebookcídio" nesta segunda-feira (31), ou seja, os internautas apagaram seus perfis do Facebook. A rede social é acusada de não garantir o sigilo dos usuários e até de vender as informações para outras empresas. Mesmo com a baixa, o Facebook deve se manter como a maior comunidade virtual do mundo com quase 500 milhões de adeptos.

Desde que foi criado em 2004 por Mark Zuckerberg, um ex-estudante de Harvard, o Facebook vem diminuindo a segurança dos dados publicados dentro da rede. Nos últimos seis meses foram quatro mudanças na política de privacidade e a partir de abril os dados dos usuários passaram a ser compartilhados com outros sites. Isso deu início ao movimento anti-Facebook.

Idealizado pelos canadenses Matthew Millan e Joseph Dee, o movimento "Quit Facebook Day" (dia de sair do Facebook) incentivava os usuários a deixar a rede. Os organizadores comparam a decisão de sair da rede com a de parar de fumar e destaca que é preciso refletir sobre a escolha. O site orienta que os usuários busquem alternativas e cita o Brasil. "Se toda a população do Brasil pode usar o Orkut, pensamos que há esperança para você encontrar uma nova casa na web". Um dos usuários que realizou seu "facebookcídio" foi o perito em segurança digital, Wanderson Castilho. Ele afirma que quando você se inscreve em uma rede social está abrindo suas informações, mas que nos últimos tempos houve uma superexposição dos dados. Para o perito, o movimento abre a discussão sobre a ética on-line. "Os sites podem mudar sua política de privacidade a qualquer momento e os usuários não tem nenhuma garantia", disse.

O perito disse que é preciso lembrar que as redes sociais são empresas, que visam lucro e descobriram uma forma de impulsionar os ganhos com as informações dos usuários. "O internauta não pode acreditar que serviços gratuitos vão oferecer um bom nível de segurança para os seus dados", afirmou.

Adepto ao Facebook há dois anos, Paulo Laguardia, decidiu permanecer na rede. "Não tenho nada que comprometa minha privacidade no meu perfil. Então não tenho com o que me preocupar. Eu sempre tomei cuidado quanto a isso", contou.

Para evitar problemas, Castilho aconselha os usuários a disponibilizar o mínimo de informações pessoais, usar um e-mail secundário (não o que utiliza normalmente), não fornecer informações confidenciais e números de telefone. Mudanças

A "debandada" de usuários só não foi maior porque o criador da rede, anunciou na última quarta-feira (26), a implantação de ferramentas simplificadas para o controle dos dados que o usuário desejava divulgar e também para impedir que outras pessoas tivessem acesso a informações pessoais. Entre as alterações, está também a possibilidade de bloquear o acesso de aplicativos de terceiros (como jogos) aos dados dos usuários.

Mark Zuckerberg, disse que, mesmo com as mudanças, continuará sendo relativamente fácil encontrar informações sobre os participantes, já que a empresa quer um meio-termo entre a proteção da privacidade e a promoção da sociabilidade na web. "Usuários usam o serviço porque adoram compartilhar informações’’, disse o criador do site de relacionamento.

Você concorda que o Facebook não respeita a privacidade dos usuários?

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