O Google anunciou nesta terça-feira (14) o início do projeto que a gigante de buscas fará em conjunto com empresas de telecomunicações para construir um cabo submarino de fibra ótica que ligará as cidades de Santos e Fortaleza, no Brasil, a Boca Ratón, na Flórida, nos Estados Unidos. A rede terá 10,5 mil km de extensão e capacidade inicial de 64 terabits por segundo (Tbps).
O projeto é uma parceria entre o Google; a empresa brasileira de telecomunicações Algar Telecom; a Antel, estatal uruguaia de telecomunicações; e o Cabos Angola, atacadista internacional que opera sistemas de cabos submarinos. O investimento total não foi detalhado, mas é estimado em US$ 500 milhões, divididos entre as quatro empresas.
A intenção é que a nova rota esteja em operação até o fim de 2016, com a implantação começando no litoral de Santos, passando por Fortaleza e seguindo a Boca Ratón. A responsável pela execução do projeto será a TE Subcom, líder global no segmento de comunicações submarinas e serviços marinhos.
Segundo a TE, inicialmente será feito um estudo detalhado para analisar a rota a ser implantada e as condições no fundo do mar para a instalação da rede. Paralelo a isso, os cabos são fabricados e depois levados para a região de implantação. A "vida útil" da rede é de 25 anos.
Capacidade
A construção do cabo submarino tem o objetivo de melhorar a capacidade de acesso e sustentar as necessidades atuais de conexão à internet dos usuários da América Latina, região que tem uma população conectada de quase 300 milhões de pessoas. Somente nos últimos três anos, empresas de tecnologia investiram cerca de US$ 100 bilhões na estrutura física que dá suporte à internet no mundo todo, conforme um levantamento divulgado mês passado pela consultoria Analysys Mason.
"Em termos de conectividade, o Brasil representa um grande mercado para o Google e temos necessidade de tráfego próprio. Investir nesse cabo é realmente uma peça chave na estratégia comercial para o brasil. O Google não vai se transformar numa operadora de telecomunicações para oferecer conexão à internet. Estamos participando por uma necessidade de melhorar nossa infraestrutura de comunicação na região" afirmou o gerente de parcerias de desenvolvimento de infraestrutura de internet do Google para a América Latina, Cristian Ramos, durante a coletiva de lançamento do projeto, na Futurecom, evento de TI e telecomunicações que ocorre até quinta-feira em São Paulo.
A nova rota será composta por seis pares de fibras, divididos entre as quatro empresas parceiras: o Google e a Cabos Angola terão dois pares cada, enquanto a brasileira Algar e a uruguaia Antel terão direito a um par. Conforme a estratégia de cada empresa, os cabos também poderão ser comercializados para serem utilizados por outras provedores de internet e de telecomunicações.
Imprevisto
O Google já vem investindo há anos na construção de cabos submarinos, a fim de aumentar a velocidade de acesso e transmissão de dados para os seus serviços - o primeiro projeto foi em 2008, numa rede que ligou os Estados Unidos ao Japão. O projeto entre Santos e a Flórida é o primeiro investimento da empresa na América Latina.
Recentemente, a companhia inclusive teve de enfrentar um imprevisto curioso: alguns cabos ao longo do mundo passaram a ser devorados por tubarões. Um dos motivos é que a transmissão de dados acabaria por criar um campo eletromagnético que é percebido como um cardume de peixes pelos tubarões.
A saída da empresa foi passar a revestir os cabos com kevlar, um material leve e muito resistente utilizado em coletes à prova de bala e nos uniformes do exército americano.
O repórter viajou a convite do evento.
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