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Foi a partir da leitura de uma notícia sobre a epidemia de dengue vivida por cidades do Paraná que 78 alunos do 4º ano da Escola Municipal Santo Lazarini da Silva, em Castro, perceberam a urgência de saber mais sobre o problema. A reportagem da Gazeta do Povo divulgava um dado alarmante: entre agosto de 2014 e fevereiro de 2015 foram quase 1,8 mil casos da doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti confirmados em todo o estado.

A professora Maria Cristina Bruschetta, uma das responsáveis pela condução do Ler e Pensar na escola – apadrinhada pela Concessionária CCR Rodonorte – conta que a escolha das crianças foi espontânea. “Na análise do jornal, o assunto chamou de imediato a atenção dos alunos. A maioria achou interessante e decidimos criar uma estratégia para trabalhar o tema em diferentes disciplinas”, conta.

Com o envolvimento de outras duas educadoras, Mineia de Fátima Batista Machado e Rosenilda Gonçalves Bueno, a abordagem foi possível de ser feita em Matemática, Ciências, Português e Artes. Na Lazarini, cada professor ministra mais de uma matéria.

Jornal como instrumento multidisciplinar

No decorrer dos trabalhos, um universo de possibilidades relacionadas à grade curricular necessária de ser trabalhada com a turma apareceu. Na Matemática, com o jornal foi possível trabalhar soma, subtração, divisão, multiplicação, porcentagem e interpretação numérica. Gráficos expostos no periódico também foram interpretados e até construídos a partir das informações apresentadas nos textos.

Em Ciências, uma pesquisa de campo com os moradores próximos à escola foi realizada. Eles receberam dos alunos informações sobre a doença, o mosquito transmissor, locais de proliferação, como ocorre a transmissão, quais os sintomas, formas de combate e tratamento. Nos contatos, panfletos informativos foram distribuídos e possíveis focos de desenvolvimento do inseto identificados. “Foi motivador ver o entusiasmo e comprometimento dos alunos na tarefa. Os moradores também gostaram e ficaram ainda mais informados”, diz Maria Cristina.

A partir das impressões do trabalho de campo e do questionário sobre a doença, com as respostas já dominadas, textos sobre a dengue foram produzidos pelos estudantes na disciplina de Língua Portuguesa. Por fim, na aula de Artes, dobraduras imitando o mosquito transmissor foram feitas e coladas em um painel (foto) exposto no corredor da escola, que também trazia dicas para prevenir o problema.

Para a professora, com o trabalho, os alunos se tornaram ainda mais curiosos. Desenvolveram a leitura, escrita, informaram-se e foram agentes de mudança. “Eles ficaram mais íntimos do jornal, críticos e entenderam que, com informação, podem gerar transformação”, conclui.

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