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Virgínia Soares de Souza chegou ao Tribunal do Júri para os depoimentos desta terça-feira (8) | Antonio More/Agência de Notícias Gazeta do Povo
Virgínia Soares de Souza chegou ao Tribunal do Júri para os depoimentos desta terça-feira (8)| Foto: Antonio More/Agência de Notícias Gazeta do Povo
  • A médica não falou com os jornalistas
  • Advogado de defesa da médica Virgínia Soares de Souza, Elias Mattar Assad, fala com os jornalistas na chegada ao Tribunal do Júri
  • Juiz Daniel Surdi de Avelar garantiu que, a partir de agora, testemunhos dados no tribunal poderão ser divulgados pela imprensa

Começou na tarde desta terça-feira (8) a segunda etapa de depoimentos das testemunhas no caso que investiga mortes ocorridas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Evangélico, em Curitiba. Ao longo da tarde, foram ouvidas quatro testemunhas, entre funcionários e ex-funcionários do hospital, de apenas uma das acusadas, a fisioterapeuta Carmencita Emília Minozzo.

A médica Virgínia Soares de Souza, principal acusada das supostas antecipações de mortes, compareceu à sessão por vontade própria para orientar os advogados sobre questões técnicas. No fim da audiência, ela não quis comentar os testemunhos e disse estar preparada "para tudo o que tiver que enfrentar". "Confio na Justiça e a verdade vai prevalecer", disse.

Virgínia chegou pouco antes das 13h30 ao Tribunal do Júri e entrou na sala onde ocorre a audiência em silêncio. Elias Mattar Assad, seu advogado de defesa, foi quem se dirigiu à imprensa na entrada. "As teses da acusação são de que os prontuários provariam a antecipação de óbitos. E a tese da defesa é de que não houve antecipação. O que resta é uma interpretação técnica. Até agora não ficou provado a existência de fato criminoso", comentou.

A promotora Fernanda Garcez, do Ministério Público, rebate o advogado. "Houve sete homicídios e o MP vai comprovar isso", afirmou, ao fim da audiência. Segundo ela, o MP entende que os prontuários comprovam que houve a administração de remédios para antecipar as mortes. E diz ainda que outras provas, além dos prontuários, comprovariam a antecipação das mortes.

Audiências

Seis audiências estão agendadas neste mês para ouvir as testemunhas de defesa, sendo que duas são nesta semana. Durante essa fase, serão ouvidos os convocados pela defesa da doutora Virgínia e de outros profissionais da saúde envolvidos no caso. Inicialmente, 64 testemunhas seriam ouvidas nesta fase, mas o número baixou para 40. Uma delas, segundo Assad, seria a delegada Paula Brizola, que cuidou do caso desde o início.

A próxima sessão acontece na tarde desta quarta-feira (9), quando serão ouvidas quatro testemunhas das acusadas Patrícia Cristina de Goveia Ribeiro, enfermeira, e uma da médica Maria Israela Cortez Boccato.

Uma testemunha de acusação, que não falou na primeira etapa por falta de tempo e falaria nesta fase, não foi localizada e foi substituída por testemunho via carta precatória.Sigilo

A audiência desta terça ocorreu após uma definição da Justiça sobre o sigilo no caso Evangélico. Pela nova determinação, apenas informações sobre interceptações telefônicas e prontuários de pacientes não podem ser divulgadas. Depoimentos de testemunhas, por exemplo, poderão ser comentados publicamente pelas partes. Este fato causou polêmica na última audiência, o que motivou o pedido de posicionamento da Justiça.

Antes do início da sessão, o juiz Daniel Surdi de Avelar ressaltou aos jornalistas que agora já é possível os promotores ou as defesas comentarem a fala das testemunhas. "[Isso] desde que o sigilo dos prontuários e o direito de imagem de cada um seja respeitado."

Clima

Sobre o clima tenso protagonizado pela defesa de Virgínia e os promotores que atuam no caso, Avelar disse que não há respingo disso dentro da sessão do tribunal. Segundo ele, o trabalho tem sido tranquilo, já que tudo é muito técnico. "Minha expectativa é de que o trabalho se desenvolva rapidamente, claro, respeitando todos os direitos".

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