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Avenida Silva Jardim, entre o Água Verde e o Batel. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Avenida Silva Jardim, entre o Água Verde e o Batel.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Na avaliação do sociólogo e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Lindomar Wessler Boneti, o fato de os bairros da região central ocuparem as primeiras posições na pesquisa mostra a vontade das pessoas em estar mais próximas a tudo o que desejam. O resultado do levantamento refletiria o desejo de viver em melhores condições de vida, justamente nos locais onde a presença do Estado é mais forte. "A abrangência do governo é como uma esfera: vai do centro para a periferia", afirma. "Lá na ponta, os recursos chegam mais escassos e o poder de barganha da população é menor."

Isso explicaria porque 18,99% dos entrevistados disseram que a segurança é o fator determinante na escolha do local ideal para morar. Mais da metade dos curitibanos ouvidos pelo Paraná Pesquisas – 54,47% – afirmaram que a falta de segurança é o principal problema do bairro onde vivem atualmente. Nessas regiões, segundo Boneti, os extremos são mais acentuados e imperam o medo e a ansiedade. "Já no Água Verde e no Batel, esse cenário é completamente diferente", compara.

Para o geógrafo e doutor em Planejamento Urbano Francisco Mendonça, os dados da pesquisa podem ser explicados por três aspectos. O primeiro é a facilidade de acesso aos serviços de comércio, saúde, educação e transporte na área central. Em segundo lugar, o planejamento maior desses bairros, com ruas amplas e arborizadas, reforça a imagem de Curitiba como capital ecológica – organizada e limpa. Por fim, pesaria na escolha o apego que as pessoas desenvolvem por lugares mais antigos e históricos para a cidade. "Os primeiros bairros apontados no levantamento agregam essas características mais que os outros", diz Mendonça.

De acordo com o arquiteto e professor da PUC Salvador Gnoato, é indiscutível a presença do Batel nas primeiras posições, por se tratar de um bairro com uma imagem forte junto à população – uma espécie de Copacabana de Curitiba. Já o Água Verde, na visão dele, é tão acessível e equipado quanto o Batel, mas a liderança na pesquisa teria ligação com os valores mais baixos dos imóveis.

Em relação ao Portão, o professor acredita que o levantamento apenas reforça a autonomia do bairro. "Trata-se de bairros muito próximos, sendo difícil estabelecer a fronteira entre eles", afirma. "Até por isso, os curitibanos têm essa região como a melhor da cidade." (ELG)

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