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Por unanimidade, os jurados absolveram Antoninho Valdecir Somensi e Jorge Dobeski da Silva, acusados pela morte de dois integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) há 13 anos. O júri iniciado na manhã de terça-feira (15) terminou por volta das 21 horas desta quarta (16) no Fórum de Laranjeiras do Sul, no Oeste. O Conselho de Sentença, composto por quatro homens e duas mulheres, entendeu que não havia provas suficientes para condenar os réus.

Os dois eram suspeitos pela morte de Vanderlei das Neves, 16 anos, José Alves dos Santos, 34 anos, em 16 de janeiro de 1997, na Fazenda Pinhal Ralo, que fica dentro do Complexo Araupel, em Rio Bonito do Iguaçu. À época, a área pertencia à empresa Giacometi Marodin. Além dos dois mortos, quatro membros do MST ficaram feridos.

A área onde ocorreu o crime foi invadida por aproximadamente 3 mil famílias no dia 17 de abril de 1996, na maior ocupação de terras já realizada pelo MST no país. Atualmente, o local é um assentamento definitivo. Os dois sem-terra foram assassinados no mesmo dia em que o então presidente da República Fernando Henrique Cardoso desapropriou parte da fazenda.

A defesa usou um vídeo da reconstituição do crime e as provas periciais para pedir a absolvição dos jurados. Pelo laudo da perícia, as vítimas estavam a uma distância de 44 metros dos atiradores, o que impediria o reconhecimento dos suspeitos. No primeiro dia de julgamento, a testemunha José das Neves, pai do adolescente morto e que também estava no local do crime, disse que a distância era de apenas 10 metros.

O julgamento do caso havia sido adiado oito vezes. O MST não deve recorrer da sentença. Nesta quarta, o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, que auxiliou na acusação, pediu ao MST para aceitar a decisão.

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