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Apesar dos esforços do governo para aumentar o acesso à educação, o analfabetismo cresceu no Brasil pela primeira vez em 15 anos, um aumento de aproximadamente 300 mil pessoas entre 2011 e 2012, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE.

A taxa de analfabetismo entre pessoas com 15 anos ou mais foi estimada em 8,5%, o equivalente a 12,7 milhões de pessoas. Em 2011, esta taxa era de 8,4%, ou de 12,4 milhões. Essa é a primeira vez em 15 anos que a taxa voltou a subir.

O dado surpreendeu o próprio Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que vinha apontando uma redução no analfabetismo nos últimos anos.

"A tendência era de queda e, agora, houve um pequeno acréscimo. Temos que estudar um pouco mais e analisar melhor para ver o que está acontecendo", disse a jornalistas a pesquisadora do IBGE Maria Lúcia Vieira.

O analfabetismo no Brasil se concentrou na faixa etária entre 40 e 59 anos. Nesse intervalo de idade, o analfabetismo passou para 9,8%, ante 9,6%, segundo a pesquisa.

Por regiões, o IBGE detectou que o analfabetismo cresceu no Nordeste e no Centro-Oeste. As taxas passaram de 16,9 para 17,4% e de 6,3 para 6,7%, respectivamente.

"O analfabetismo tem endereço certo no Brasil: está na população mais velha, a maioria é mulher e boa parte está no Nordeste. A médio e longo prazo esse estoque deve diminuir", afirmou Maria Lúcia, ao destacar que o Nordeste concentrava no ano passado 54 por cento dos analfabetos do país.

No Norte, uma das regiões mais pobres e de mais difícil acesso, o analfabetismo caiu de 10,2 para 10% das pessoas com 15 anos ou mais. No Sudeste, a taxa ficou estável em 4,8%, e no Sul, recuou de 4,9 para 4,4%, segundo a Pnad.

A pesquisa mostrou ainda que o analfabetismo funcional caiu de 20,4 para 18,3%, segundo o IBGE. No ano passado, o Brasil tinha 27,8 milhões de analfabetos funcionais.

A Pnad verificou ainda que o tempo médio de estudos no Brasil subiu de 7,3 para 7,5 anos e que a taxa de escolarização de crianças e adolescentes de 6 a 14 anos ficou em 98,2 por cento em 2012, mesmo patamar de 2011.

HABITAÇÃO

De acordo com a Pnad, em 2012 o Brasil tinha 62,8 milhões de domicílios, um aumento de 2,5% ante 2011, quando foram registradas 61,3 milhões de moradias. O crescimento mais forte se deu no norte e nordeste.

Deste total, 53,6 milhões, ou 85,4%, tinham rede de abastecimento de água. Em relação a 2011, o incremento foi de 0,8 ponto percentual. A rede de esgoto cresceu 2,1 pontos entre um ano e outro, mas em 2012 apenas 57,1% das casas tinham esse serviço.

Já a coleta de lixo estava presente em 88,8 por cento das casas do país. Segundo o IBGE, 99,5% das casas tinham iluminação elétrica em 2012, contra 99,3% em 2011.

A pesquisa mostrou ainda a contínua redução no número de casas com telefones fixos e um incremento no total de casas somente com celulares. De acordo com o IBGE, 49,7% das casas tinham apenas celular em 2011, mas em 2012 essa taxa subiu para 51,4%.

Incentivado pelo governo com redução de impostos, o carro também está mais presente nas casas dos brasileiros. O percentual de residências com pelo menos um veículo subiu de 40,9% em 2011 para 42,4% no ano passado.

Outros bens duráveis que também receberam estímulos do governo avançaram entre 2011 e 2012, segundo o IBGE. O percentual de casa com geladeiras subiu de 95,8 para 96,7% e com máquina de lavar de 51 para 55,1%.

O acesso à Internet manteve a trajetória crescente no país e no ano passado 83 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade navegaram na rede. Em 2011, eram 77,7 milhões de pessoas conectadas, ou 6,8 menos.

No entanto, esse percentual já foi maior. De 2008 para 2009, o incremento no total de internautas foi de 21,5 por cento, enquanto entre 2009 e 2011 a expansão foi de 14,4%.

MERCADO DE TRABALHO

A Pnad mostrou que a população ocupada no país somou 93,9 milhões de pessoas no ano passado, alta de 1,6% ante 2011. A indústria aumentou sua participação no total de ocupados de 13,5 para 14% ou 13,2 milhões de pessoas.

O volume de desocupados no país em 2012 chegou a 6,2 milhões de pessoas, queda de 7,2% ante 2011, ou 478 mil pessoas. Com os dados de ocupação e desocupação, o IBGE estimou que a taxa média de desemprego no país em 2012 atingiu o menor patamar desde 2004 ao ficar em 6,1% ante 6,7% em 2011.

O trabalho infantil, caracterizado entre 5 e 17 anos, caiu em 156 mil pessoas, sendo que boa parte, ou 150 mil, aconteceu com crianças entre 5 e 13 anos. Nesta faixa, o trabalho infantil baixou de 704 mil para 554 mil.

A renda real média do trabalhador brasileiro com 15 anos ou mais avançou 5,7% entre 2011 e 2012 e atingiu 1.507,27 reais, o maior valor desde 2004. Em 2011, a expansão da renda foi de 8,1% ante 2010.

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