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| Foto: Divulgação/Polícia Rodoviária Federal

Os cerca de dois mil integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que desde segunda-feira (5) faziam bloqueios no km 468 da BR-277, em Nova Laranjeiras, no Centro-Sul do Paraná, começaram a deixar o local e retornar para seus acampamentos. Eles começaram a retirar os barracos montados sobre a pista e no acostamento e o tráfego foi completamente liberado na região por volta das 10 horas desta quarta-feira (7), segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), sendo que o fluxo foi normalizado, com o fim das filas, cerca de 40 minutos depois.

A decisão de desobstruir a pista ocorreu depois de uma reunião entre a coordenação regional do movimento e o superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Paraná, Nilton Bezerra Guedes, e o assessor de Assuntos Fundiários do governo do estado, Hamilton Serighelli. De acordo com Rudmar Moeses, um dos coordenadores do MST, foi atendida a pauta de reivindicação, mas ele preferiu não dar detalhes sobre o acordo. O principal item da pauta é o assentamento das famílias que estão acampadas em duas áreas da empresa Araupel, uma em Quedas do Iguaçu, outra em Rio Bonito do Iguaçu, também região Centro-Sul do estado.

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Moeses informou que uma nova reunião foi marcada para a semana que vem com o Incra para acertar detalhes sobre a reforma agrária na região. “Continuaremos mobilizados nas áreas e se não forem cumpridos os acordos iremos retornar”, afirmou. A BR-158, em Rio Bonito do Iguaçu, que chegou a ser bloqueada na terça-feira (6), já havia sido liberada na noite de terça, assim como a com a PR- 473, em Quedas do Iguaçu.

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Bloqueio na BR-277 havia sido retomado pela manhã

Como no dia anterior, o MST havia retomado o bloqueio na altura do km 468 da BR-277 na manhã desta quarta-feira, depois dele ter sido suspenso durante a madrugada.

Na terça-feira, além da BR-277, os sem-terra haviam interrompido o tráfego também na BR-158, entre Laranjeiras do Sul a Pato Branco, e na PR-473, em Quedas do Iguaçu.

Para impedir a circulação de veículos, os sem-terra montaram barracas sobre as pistas e prometiam não deixar o local enquanto não tiverem suas reivindicações atendidas.

Reivindicações do movimento

Na segunda-feira (5), a coordenação regional do movimento divulgou nota sobre as reivindicações. O primeiro item da pauta é o assentamento, até o final do ano, de todas as famílias acampadas na região. O MST cobra que as áreas da empresa Araupel sejam destinadas imediatamente para os assentamentos. A nota diz ainda que o movimento vai dar um prazo para a empresa retirar a madeira da área e não quer mais o plantio de pinus.

O MST cobra ainda a retirada da segurança armada contratada pela Araupel e que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) regularize a situação dos moradores irregulares que estão aptos serem assentados. “As famílias que estão mobilizadas só se desmobilizarão quando forem atendidas suas reivindicações com prazos estabelecidos para solucionar os problemas que há mais de 18 anos pairam sobre nossa região”, diz a nota.

O Incra informou que vem trabalhando a pauta “assiduamente para obtenção de áreas no estado”. Segundo o órgão, o alto custo da terra no Paraná e o elevado índice de produtividade das áreas são os grandes desafios para a obtenção de novas áreas para assentamento de famílias.

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