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Derlinda Tomazi Biz e Fernando Biz morreram com diferença de seis horas | Greysian Biz Elias Felisberto/Arquivo  Pessoal
Derlinda Tomazi Biz e Fernando Biz morreram com diferença de seis horas| Foto: Greysian Biz Elias Felisberto/Arquivo Pessoal

Em um intervalo de menos de seis horas, os familiares de Derlinda Tomazi Biz e Fernando Biz vivenciaram a dor da perda dos dois entes queridos. Após uma união de 63 anos, o nonno morreu por volta das 7 horas da manhã de 19 de julho. Estava em casa. A nonna se foi horas depois, por volta das 12h40, em um hospital de Araranguá, cidade em que moravam, no sul de Santa Catarina.

O agricultor aposentado tinha 82 anos e a dona de casa, 86. A longa história de amor deu origem a uma grande família composta por dez filhos, 23 netos, 17 bisnetos e uma trineta.

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Greysian Biz Elias Felisberto, uma das netas do casal, conta que a saúde dos avós piorou há sete anos. Nesse período, a família redobrou os cuidados e uma das filhas foi morar com os idosos. Na rotina, medicamentos, idas e vindas ao hospital, mas também muito companheirismo. Entre conversas, orações e o tempo em frente à televisão, não faltavam declarações de amor.

“O nonno sempre perguntava se ela o amava. Depois de ele repetir a pergunta, a nonna respondia que o amava e que queria continuar vendo televisão”, conta a neta. Fernando tinha Alzheimer e a doença fez com que ele se esquece de algumas pessoas, mas nunca de Derlinda. “Essa é uma história de um amor muito bonito”, destaca.

Despedida

Derlinda sentiu uma dor no peito na noite de segunda-feira (18) e pediu que um dos filhos a levasse à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Araranguá. A idosa foi atendida e encaminhada para um hospital da cidade – já era madrugada de terça-feira (19). Ela precisou da ajuda de aparelhos para respirar e entrou em coma.

Obituário

Confira outras homenagens publicadas pela Gazeta do Povo e também a lista com os falecimentos do dia em Curitiba. Acesse a página do Obituário.

Fernando sentiu falta da companheira, mas recebeu a informação de que ela tinha ido ao médico, pois precisava de algumas vitaminas. Foi poupado da notícia sobre o estado de saúde da esposa. Ele vivia com um marcapasso. “Ele não suportaria”, diz a neta.

Horas depois, às 7 da manhã, uma das filhas foi levar os remédios para o pai e percebeu que ele já não respirava. Fernando morreu dormindo em casa. A família, então, se dividiu entre as providências para o velório e a assistência necessária para a nonna.

Pouco antes do início do velório, um parente trouxe a triste notícia: Derlinda teve falência múltipla dos órgãos e morreu no hospital, às 12h40, menos de seis horas após a partida de seu companheiro.

No dia seguinte, 20 de julho, familiares, parentes, amigos e conterrâneos deram o último adeus e homenagearam o casal durante a missa de corpo presente. “Foi muito difícil para toda a família. Nunca poderíamos esperar que os dois partissem juntos”, relata Greysian.

A neta conta que, quando alguém elogiava a saúde do casal, a dona de casa ressaltava que ela e o marido estavam bem, mas que um dia partiriam juntos. “É claro que uma história de amor tão linda, que venceu tantas e tantas barreiras durante 63 anos, não poderia acabar diferente, muito menos ter um fim. De mãos dadas seguiam os dois num mesmo caminho de luz, para viverem ao lado do Pai sua vida eterna”, dizia um dos trechos da carta lida durante a cerimônia.

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