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Estudantes fazem assembleia em frente a escola Gerardo braga, em Maringá. | Arquivo/UPES
Estudantes fazem assembleia em frente a escola Gerardo braga, em Maringá.| Foto: Arquivo/UPES

Após ver a justiça estadual determinar a reintegração de posse do Colégio Estadual José Gerardo Braga, em Maringá, no norte do Paraná, estudantes e governo abriram um canal de diálogo para que isso ocorra sem confronto. Mas o encontro desta quinta-feira (26) entre os manifestantes e o deputado Hussein Bakri (PSDB) terminou em um impasse. Enquanto o governo exigiu que a escola voltasse às atividades na próxima segunda (30), os alunos pediram para deliberar sobre a saída apenas na terça-feira.

A decisão do juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública de Maringá atendeu a um pedido feito pela Procuradoria-Geral do Estado do Paraná. Conforme a decisão, os manifestantes têm 24 horas para deixar o colégio de forma voluntária, a partir do momento em que forem notificados. Depois disso, está autorizado o uso de “força policial moderada” para retirá-los de forma “coercitiva”. Os estudantes ainda não foram notificados da decisão.

Com a lembrança do confronto com os professores no dia 29 de abril de 2015 em mente, o governo enviou o deputado Bakri, da comissão de educação da Assembleia Legislativa do Paraná para negociar com os estudantes. Na reunião publica em que participou também o deputado oposicionista Professor Lemos (PT), Bakri se comprometeu em nome do governo a receber os manifestantes numa reunião com o chefe da casa Civil, Valdir Rossoni (PSDB) na próxima segunda-feira para ouvir as reivindicações se o grupo desfizer a ocupação.

Caso contrário, o governo irá cumprir a determinação judicial. “Não queremos o confronto, queremos o diálogo. Ouvimos a pauta dos estudantes e muita dos pedidos são justos e podem ser cumpridos pelo governo, como a inclusão de um membro da Upes no conselho da merenda”, disse Bakri.

Segundo o deputado, porém, o governo quer ver a escola aberta na próxima segunda e exige uma decisão do movimento de ocupação até o próximo sábado (27). “Não podemos esperar mais. A população de Maringá precisa da escola em funcionamento. O movimento pode continuar, mas com a escola aberta. Acredito que eles vão entender e vamos conseguir evitar a tomada das medidas que a justiça estipulou”, disse.

Impasse

Os estudantes pediram um prazo até a próxima terça para organizar uma assembleia, na qual irá deliberar sobre uma pauta de reivindicações para o governo estadual e decidir se mantêm a ocupação.

Presidente da União Paranaense de Estudantes Secundaristas (Upes), Matheus dos Santos publicou um vídeo na página do Facebook Ocupa Paraná no qual fala sobre a situação. Santos classifica a reunião como “prospera”, mas pede aos legisladores que levem ao governador Beto Richa a necessidade dos estudantes realizarem a assembleia apenas na próxima terça-feira (3). “Estamos abertos ao diálogo e não queremos que a polícia chegue aqui com bomba de gás lacrimogênio e bala de borracha. O que estamos propondo é que segunda-feira as escolas ocupadas estejam abertas para formação dos professores, mas só vamos conseguir avaliar com o conjunto dos estudantes na terça”.

Mais Antiga

A escola, a mais antiga escola pública de Maringá, foi ocupada no dia 18 de maio. Os alunos começaram o protesto pela manhã na Praça Raposo Tavares, no centro da cidade, e seguiram até a escola. Os alunos estão mobilizados devido a precariedade da merenda escolar. Os jovens reclamam da quantidade e da qualidade dos alimentos que estão sendo entregues nas escolas estaduais

De acordo com uma nota divulgada pela Secretaria de Estado da Educação (Seed) em razão das ocupações, 2.117 estudantes das três escolas de Maringá estão sem aulas. A SEED informa que esses estudantes terão direito à reposição das aulas perdidas devido ao movimento.

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