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Capital e municípios atendidos pela RIT viveram uma greve de quatro dias em janeiro deste ano | Alexandre Mazzo/Gazeta do Povo
Capital e municípios atendidos pela RIT viveram uma greve de quatro dias em janeiro deste ano| Foto: Alexandre Mazzo/Gazeta do Povo

Uma nova reunião dos motoristas e cobradores com as empresas de ônibus que operam o sistema de ônibus de Curitiba, realizada no início da tarde desta sexta-feira (6), levou a retirada do indicativo de greve da categoria, aprovado na quinta-feira (5). O encontro ocorreu na Procuradoria Regional do Trabalho do Paraná. Segundo o sindicato que representa os trabalhadores - Sindimoc - o sindicato patronal - Setransp - retirou a proposta de limitar o anuênio a oito anos e isso possibilitou a retomada das negociações.

Última greve durou quatro dias

Insatisfeitos com atrasos constantes no pagamento de verbas salariais, motoristas e cobradores fizeram uma greve que durou quatro dias em janeiro deste ano.

Relembre como foi.

A paralisação do transporte público da capital e de mais 13 municípios da região metropolitana, participantes da Rede Integrada de Transporte (RIT) estava prevista para iniciar na próxima segunda-feira (9). Mas, agora foi suspensa para a retomada das negociações.

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Segundo o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, foi a abertura dos empresários que permitiu a retomada da negociação. “Fomos convocados hoje para a reunião pelo Ministério Público do Trabalho e o sindicato patronal retirou a questão do anuênio. Agora, vamos consultar a categoria sobre. Estamos perto da finalização da negociação”.

O Setransp confirmou a retirada da proposta para limitar o anuênio e informou que espera que a negociação avance e que a database seja negociada e pactuada sem prejuízo para os usuários de transporte público na capital.

Urbs e Comec assinarão termo de cooperação

Urbs e Comec estão formatando um termo de cooperação para transição da gestão das linhas metropolitanas para o governo do estado. Esse novo acordo valerá por seis meses, mas ele não terá as mesmas características dos convênios assinados nos últimos anos. Na prática, o sistema continuará passando por ajustes de linhas e o passageiro ainda poderá pagar com cartão-transporte da Urbs – mesmo quando embarcar em municípios vizinhos.

De acordo com a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), um termo definitivo de encerramento do convênio de 2014 deverá ser celebrado nos próximos dias. Até então, havia apenas um termo com caráter parcial–assinado no final de janeiro.

Segundo Omar Akel, diretor presidente da Comec, esse termo também deverá contar com uma garantia expressa da Urbs de que os ônibus metropolitanos poderão continuar acessando terminais e fazendo paradas em estações-tubo da capital. “Essa garantia já foi manifestada pela Urbs e queremos que ela seja formalizada. Isso deverá ser garantido de forma permanente.”

Outro ponto que será tratado no termo é o pagamento das linhas metropolitanas com cartão-transporte da Urbs. Até então, a informação era de que esse pagamento, quando efetuado fora dos limites da capital, seria limitado a cartões recarregados antes de 6 de fevereiro. Mas isso ocorrerá em caráter excepcional até que se esgote esse prazo de seis meses ou que os créditos de R$ 2,85 acabem.

Segundo Gláucio Araújo, procurador chefe do Ministério Público do Trabalho, os empresários foram convencidos de que o momento não permitia ‘alargar’ a negociação. “A posição do Ministério Público era de focar nas principais cláusulas e não abrir o leque de temas. Qualquer outra discussão deveria ser deixada para o futuro e o sindicato patronal entendeu que não era o momento de trazer outras questões”, afirmou.

A sugestão do MPT foi de um reajuste salarial de 9% (sendo 1,87% acima da inflação), R$ 415 de vale-alimentação e abono salarial em parcela única de R$ 350. A pedida dos trabalhadores era por 10,34% de reajuste e o oferecido pelos empresários ficou em 7,13% (apenas a inflação). Mas na última quinta-feira, em audiência realizada no Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR), ambas as partes já haviam se mostrado favoráveis aos reajustes propostos pelo Ministério Público.

O Sindimoc deverá levar as propostas patronal e do MPT à categoria. As assembleias ainda não estão marcadas, mas devem ocorrer na segunda-feira (9). A entidade se comprometeu a responder ao procurador até as 18 horas de segunda.

Da reunião de ontem no TRT-PR também ficou acertado que o Setransp irá pagar os débitos atrasados com o Sinmoc relativos à assistência médica da categoria. A divida total, segundo os trabalhadores, é de R$ 2,2 milhões. A primeira parcela deverá ser quitada até 25 de março e as demais serão pagas em até seis vezes.

Indicativo de greve

O indicativo de greve foi aprovado pelo Sindimoc após um acordo que estava sendo costurado - e que previa um reajuste salarial de 9% (sendo 1,87% acima da inflação), R$ 415 de vale-alimentação e abono salarial em parcela única de R$ 350. Foi o pedido dos empresários, na última quinta-feira (5), para “travar” o anuênio que criou o impasse.

A ideia dos empresários era limitar o anuênio de motoristas e cobradores até oito anos de trabalho - ou até atingir 16%, sem prejuízo daqueles que já recebiam o benefício há mais tempo. Esse item corresponde a um reajuste automático e anual de 2% sobre os salários.

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