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Motoristas e cobradores pararam o serviço de ônibus por uma hora no centro de Curitiba: falta de segurança também é reclamação dos trabalhadores. | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Motoristas e cobradores pararam o serviço de ônibus por uma hora no centro de Curitiba: falta de segurança também é reclamação dos trabalhadores.| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Usuários do transporte coletivo das linhas que atendem a região sul de Curitiba têm se assustado com casos de arrastão. Homens armados entram nos veículos e assaltam o cobrador de ônibus e os passageiros, obrigando-os a entregar seus pertences durante as viagens.

As linhas mais visadas pelos assaltantes são as que passam pelos bairros Pinheirinho, Fazendinha e Cidade Industrial de Curitiba (CIC), segundo o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) e a Guarda Municipal (GM).

Apesar da falta de dados sobre arrastões, o Sindimoc, a GM e a Polícia Militar reconhecem que têm percebido um aumento de denúncias desde o início de maio. No dia 11 de junho, passageiros da linha Futurama foram vítimas de arrastão no fim da noite no Sítio Cercado. No dia anterior, outro caso já havia ocorrido no ônibus Circular Sul..

Assaltos

No mês de maio, números da Urbanização de Curitiba (Urbs) repassados à reportagem pelo sindicato das empresas de ônibus, mostram que foram registrados 163 assaltos a motoristas e cobradores em linhas e estações-tubo. Os dados, contudo, não diferenciam os casos de roubos a motoristas e cobradores dos arrastões. De janeiro até maio deste ano foram 999 situações de assalto.

O estudante de jornalismo Fernando Fogaça foi uma das vítimas em um caso no início de maio na linha Caiuá/Campo Comprido. Ele conta que dois homens entraram, como se fossem passageiros, em um ponto na Avenida Juscelino Kubitschek de Oliveira. “Um deles pulou a catraca e começou a tirar os pertences das pessoas. O outro pegou o dinheiro do cobrador”. O estudante perdeu um celular e uma jaqueta no assalto. “Agora eu evito pegar essa linha”, diz.

De acordo com o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, em muitos casos os assaltantes agem armados e em grupos. “O pânico está quase tomando conta”, diz. Segundo Teixeira, em alguns casos os funcionários das empresas de ônibus relatam que os assaltantes seguem os veículos de carro e abordam motorista e cobrador. “Uma parte dos assaltantes fica no carro e a outra desce para assaltar o coletivo”, explica.

Medidas

A GM informou que trabalha com base em números de assaltos repassados pelo Sindicato de Empresas de Transporte Coletivo de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) para coibir os criminosos. O inspetor Cláudio Frederico de Carvalho, diretor da GM, diz que a instituição faz um mapeamento dos locais mais procurados para inibir essas ações. “Aparentemente é um único grupo que está fazendo esses assaltos, com veículo de cobertura para os assaltantes que estão dentro dos ônibus”, explica.

Em nota, a PM informou que o 13° Batalhão, que atua na região sul de Curitiba, tem recebido denúncias de “supostos arrastões” em veículos do transporte público e que disponibilizou policiais à paisana, o chamado Serviço Velado, para atuar nos veículos “na tentativa de identificar suspeitos e prendê-los”. Segundo a nota, o patrulhamento ostensivo também tem sido feito em terminais de ônibus e nas proximidades das linhas. A PM ainda pede à população que registre boletins de ocorrência na Polícia Civil.

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