A hidrelétrica de Belo Monte, que está sendo construída no rio Xingu, no Pará, recebeu nesta terça-feira (24) a licença de operação do Ibama, órgão ambiental federal brasileiro. Essa liberação permitirá o enchimento do reservatório e posterior início da geração de energia, o que agora deve ocorrer em breve.
Orçada em cerca de R$ 26 bilhões, Belo Monte será a terceira maior hidrelétrica do mundo em potência, atrás da chinesa Três Gargantas e da usina binacional de Itaipu, instalada entre o Brasil e o Paraguai.
Belo Monte terá capacidade instalada de 11.231 MW, energia suficiente para abastecer até 60 milhões de pessoas, segundo a Norte Energia, empresa responsável pela usina que tem como sócios o Grupo Eletrobras, além de Cemig, Vale e Neoenergia [GNAN3B.SO], entre outros.
A concessão da licença ocorreu em meio a manifestações de diferentes etnias indígenas, que invadiram o auditório do Ibama durante o anúncio à imprensa. Os índios alegaram não ter sido questionados sobre esse licenciamento.
A Norte Energia, por sua vez, afirmou em nota que os investimentos em programas relacionados a indígenas ultrapassam R$ 260 milhões, visando garantir a segurança territorial, alimentar e ambiental das etnias indígenas do Médio Xingu, assim como o fortalecimento das associações indígenas e do patrimônio cultural.
Já o Ibama afirmou que a licença está relacionada ao cumprimento de 41 condicionantes pela Norte Energia. O documento foi emitido após o órgão ambiental receber parecer favorável da Fundação Nacional do Índio (Funai), que assinou com a Norte Energia um termo de cooperação para que a empresa cumpra exigências que a Funai diz ainda não terem sido cumpridas para mitigação do impacto do empreendimento sobre indígenas.
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