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A região litorânea do Paraná  e de São Paulo forma o mais conservado remanescente contínuo de Mata Atlântica do Brasil. Na foto, a Reserva Natural Salto Morato, em Guaraqueçaba (PR). | Daniel Castellano/Gazeta do Povo/Arquivo
A região litorânea do Paraná e de São Paulo forma o mais conservado remanescente contínuo de Mata Atlântica do Brasil. Na foto, a Reserva Natural Salto Morato, em Guaraqueçaba (PR).| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo/Arquivo

Uma área de floresta nativa de 5.538 hectares – equivalente a 5 mil campos de futebol, ou 35 vezes o tamanho do Parque Barigui – foi suprimida nos últimos 14 anos em Bituruna, no Sul do Paraná. É o que mostra o atlas municipal divulgado nesta quarta-feira (11) pela Fundação SOS Mata Atlântica. O levantamento indica quais as cidades registraram mais desmatamento entre 2000 e 2014. Bituruna lidera o ranking estadual e é a sexta que mais desmatou no Brasil.

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A forte extração de araucária – tanto para abrir áreas de plantação, como para uso madeireiro ou até mesmo a queima em fornos de carvão – marca o perfil do desmatamento no Sul do Paraná, que concentra as outras três cidades que estão no topo do ranking de derrubada do que restou de Mata Atlântica: Coronel Domingos Soares, General Carneiro e Palmas. Juntos, os 10 municípios paranaenses que mais registraram desmatamento no período de 14 anos suprimiram uma área equivalente a meia Curitiba.

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O estudo também aponta quais as cidades que mais preservam área original de Mata Atlântica. A mais conservada é de Guaraqueçaba, com 80% da floresta original. Os cinco municípios mais “verdes” ficam no Litoral do estado – constam na lista também Guaratuba, Antonina, Pontal do Paraná e Matinhos, com remanescentes em pontos de difícil acesso, “protegidos” pela Serra do Mar. Ainda se destaca no mapa paranaense uma mancha de mata nativa na região Oeste, marcada pelo Parque Nacional do Iguaçu.

No Brasil, restam menos de 12,5% da área original de Mata Atlântica. No Paraná, o índice cai para 8%. O levantamento leva em conta apenas áreas com mais de três hectares (três campos de futebol) e também somente áreas de floresta inalterada. Para Marcia Hirota, coordenadora do estudo, é importante trazer as discussões ambientais para o nível municipal. “Quando se fala em desmatamento, muitas pessoas têm a impressão de que é algo que acontece muito longe. Mas, se os dados são apresentados por cidade, é possível perceber a situação perto de casa”, comenta. A ideia é também atrair a responsabilidade local. “As cidades também podem agir no combate ao desmatamento, com os planos municipais de Mata Atlântica e com ações como pagamentos por serviços ambientais, incentivo ao turismo e criação de parques”, diz.

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