A nomenclatura para identificar as urnas funerárias utilizadas para enterrar pessoas obesas foi modificada, na última segunda-feira, pela Administração de Cemitérios e Serviços Funerários de Londrina (Acesf). A mudança ocorreu depois que a família de Nair Domingues da Silva Sarmento, falecida no último dia 9, aos 63 anos, reclamou. "Urna gorda" e "urna-baleia" eram os nomes que identificavam os caixões de tamanho grande e extragrande, respectivamente.
"Quando lemos esses nomes parecia que estavam brincando com a gente. É um desrespeito, justamente num momento tão difícil", desabafou Márcio Moraes, 30 anos, um dos quatro filhos de Nair. Ela pesava 140 quilos. Na nota fiscal do serviço funerário prestado pela Acesf, a urna aparece como modelo "002 baleia".
Quando foram tratar do velório da mãe, Márcio e o irmão Marcelo foram levados a um depósito de urnas nas dependências da Acesf e se depararam com cartazes pregados nos caixões, nos quais se lia em letras garrafais "gorda" e "baleia". "É uma situação muito complicada", definiu Márcio. Os cartazes foram retirados ontem, na presença da reportagem.
De acordo com o superintendente da Acesf, Osvaldo Moreira Neto, tão logo a reclamação foi recebida, o órgão pediu desculpas ao representante da família e mudou o sistema de informática que emite as notas. "Já faz mais de um ano que estamos tentando mudar a nomenclatura, mas acaba sendo um hábito nosso", disse.
Os nomes "gorda" e "baleia", conforme explicou Moreira, foram dados pelas empresas que fabricam as urnas funerárias o município tem três fornecedores. "É realmente muito desagradável para a família. Na próxima licitação, vamos especificar que os modelos sejam chamados de grande e extragrande", afirmou.
Moreira explicou ainda que, por serem solicitadas em menor quantidade, as urnas em tamanhos especiais não constam do catálogo, e, por isso, os familiares de Nair tiveram de ir até o depósito. Neste ano foram comercializadas, de 1.º de janeiro até ontem à tarde, oito urnas grandes e uma extragrande na cidade. A média em Londrina é de 15 falecimentos diários.
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