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Filhotes de leão e tigre brincam na casa do casal maringaense: criação autorizada pelo Ibama | Ivan Amorin/Gazeta do Povo
Filhotes de leão e tigre brincam na casa do casal maringaense: criação autorizada pelo Ibama| Foto: Ivan Amorin/Gazeta do Povo

Maringá - Uma família de Maringá tem animais de estimação nada convencionais. Os pequenos cachorros que passeiam pela casa dividem espaço com feras selvagens: Ariel, um leão de 5 meses, e dois tigres, Tomzinho e Keren Apuc, ambos com apenas 45 dias de vida. A paixão pelos animais do casal Ary e Raquel Borges da Silva, que trata os felinos, começou com a criação de cães. O canil fica no terreno da casa onde moram, no Parque Industrial Bandeirantes II.

O macho Tonzinho e a fêmea Keren Apuc são filhos do tigre siberiano Tom e sua companheira, a tigresa-de-bengala Shang. Curiosos, os tigrinhos passeiam por toda casa e não dispensam o colo de Raquel. Ela exibe os arranhões que as pequenas feras deixam no braço. "As garras pegam firme. Fico com hematomas por todo lado", diz.

Quando estão com fome, os filhotes emitem um rugido agudo para alertar os donos. Leite e água de coco estão no cardápio. "O leite vem da fazenda com bastante gordura. E a água de coco é para eles se refrescarem", explica Ary.

Mas o rei da selva, mesmo, é Ariel. O leãozinho está com quase 35 quilos e vive na mordomia. Ele já estreou num programa de televisão e é tratado com um astro. Ariel dorme na cama de casal dos donos da casa e sob o ar condicionado. "É o nosso rei, um baita de um preguiçoso. À noite, ele dorme com a gente", conta Raquel.

Além das ferinhas que vivem na casa, nos fundos ainda moram os tigres Tom e Shang, a leoa Menina, mãe de Ariel, e mais um casal de leões, Reuel e Lala, que ainda não tiveram filhotes. Os primeiros felinos foram doados por circos e fazendas há três anos. Menina foi a última a ser recebida e chegou ao canil grávida de Ariel. Ao todo são oito animais que vivem com a família Silva.

Alguns dos bichos adultos foram maltratados antes de chegar ao canil. Hoje, Ary conta que todos são muito bem cuidados e que o principal objetivo é preservar as espécies. Para lidar com os felinos ele usa técnicas de adestramento de cães. "No início fui criticado pelas ONGs, mas agora eles apóiam o resultado." Ary pretende viajar para os Estados Unidos para fazer um curso apropriado de adestramento de animais selvagens.

A criação é legal e autorizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). "Somos visitados regularmente pelos funcionários do Ibama", lembra Ary.

Comida sem fim

A alimentação dos cinco animais adultos se resume a muita carne. Eles chegam a comer sete quilos por dia. Ary lembra que chegou a gastar R$ 50 diariamente com a compra de costela bovina. Atualmente, a família recebe doações e a despesa diminuiu. "Por exemplo, quando um cavalo é atropelado na rodovia, a concessionária traz o bicho para cá e damos aos felinos. Fora outras pessoas que gostam dos animais e acabam doando carne", diz Raquel.

Após o nascimento do casal de tigres, o canil da família recebe visitas de curiosos e amantes das feras diariamente. Algumas pessoas já chegaram até a oferecer dinheiro para ficar com um dos animais. "Isso está fora de cogitação", diz Ary. "Eles são um presente de Deus e mudaram toda nossa vida. Todos fazem parte da família", ressalta Raquel.

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